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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Corrupção e ganância, triste natureza humana

A notícia de ontem de que uma parte dos deputados e governantes chineses são corruptos, acumulando  uma riqueza incomensurável, em paraísos fiscais, é mais do mesmo. Quantas vezes já ouvimos e soubemos disto (em muitos países africanos mas mão só). É a corrupção mais desenvergonhada. É a triste natureza humana!
somos assim. Mas nem todos somos. Não haverá maneira de sair disto? Obviamente que há, com democracia, Estados de direito, respeito absoluto pela igualdade de todos os seres humanos.


África do Sul, ainda a propósito de Mandela

Não sei já onde ouvi ou li que as comunidades de negros, brancos, diferentes grupos etnicos…, num estudo realizado – portanto, não se trata de uma perceção simples, mas de algo fundamentado – vivem sem interagir entre elas. Ou seja, estamos muito longe de uma comunidade de partilha e de vivência intercultural, apesar das instituições, das leis democráticas, da igualdade cívica, etc. Estamos muito longe de uma sociedade arco iris como simboliza a bandeira sul-africana e preconizava Mandela.
Por quê? Talvez, porque há no humano algo de muito mais fundamental e decisivo, para as suas vidas, da ordem do sentir mais profundo, de uma identidade outra, que as leis não fixam mas que não podemos ignorar se queremos verdadeiramente construir interação cultural e comunidade na diversidade.



terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A questão cultural, decisiva no mundo de hoje

Talvez, uma das maiores evidências, no campo da cidadania, seja a multiplicidade de referências que povoa as sociedades contemporâneas. Portanto, é uma questão que a escola tem inevitavelmente de considerar, naquilo que é a formação moral e cívica das crianças e dos jovens. 
Há em muitas escolas mais de uma dezena de nacionalidades e de diferentes grupos culturais, com uma diversidade de línguas, de costumes, de modos de viver…. Obviamente que esta realidade não é de hoje, e talvez fosse maior antes da crise, quando chegavam até nós muitos emigrantes. 
Não restam quaisquer dúvidas de que a questão cultural é uma das mais decisivas, no mundo aberto e global, mesmo que muitos nasçam e morram sem sair do mesmo sitio. O paradigma virtual e a tecnologia, que chegam às zonas mais recônditas da terra, como bem mostram as redes sociais, estão a criar uma humanidade outra, seja isso o que for.
Só existe, só conta, o que está na rede. Acabamos a falar, a contar a nossa vida, a centenas ou a milhares de pessoas, mas não cumprimentamos o vizinho que desce connosco no elevador. Estamos, assim. Mas, estamos todos? Não, obviamente que não. De resto, mesmo os “ligados” sabem que a proximidade relacional não está na rede.
Ainda assim, a abertura social não se faz por decreto, faz-se por vontade dos indivíduos: o outro interessa-me; o seu destino não me é indiferente. Não quero que o outro me abra a porta, sou eu quem tomo a iniciativa de o convidar a entrar; é quebrar a reciprocidade, o esperar sempre algo em troca, que pode criar plataformas de diálogo,

sábado, 14 de dezembro de 2013

Os refugiados sírios


Os 74 sírios que chegaram a Lisboa, vindos da Guiné Bissau, chegaram como refugiados, todos pediram asilo político ao nosso país. As autoridades investigarão e se forem realmente refugiados políticos serão acolhidos ao abrigo de legislação internacional que Portugal ratificou
Mas, o que já podemos dizer é que são pessoas que fogem da guerra e da maior pobreza e dão de frente com a exploração de poderosas máfias, organizadas e com cumplicidades ao mais alto nível político (por isso, é que o caso é realmente grave).
Pagaram 5000 dólares pela viagem, pelo passaporte turco…, parece uma desproporção entre o que têm e o que pagam.
Estão aterrorizadas, não falam, não dizem quem são, mostram papéis que não são fiáveis, “desidentificam-se”…. A minha questão é: como continuam por dentro, como os afetou esta forçada “desidentificação”, ou continuam a ser quem sempre foram?
Na verdade, há um em “si mesmo” que não abandona o indivíduo, vá para onde for, sofra o que sofrer, assine que papéis assinar, chegue a aeroporto ou a refúgio que chegar. Há uma parte deles que continua inteira, mesmo que, em muitos pontos, tudo pareça partido.
É por isso que confiamos que muitos refaçam a suas vidas, construam futuros, realizem sonhos, vivam com a dignidade que merecem todos os seres humanos.




terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Dia Mundial dos Direitos Humanos


- No dia 10 de Dezembro, de 1948, era assinada, em Paris, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Depois da II Guerra Mundial, dos milhões de mortos, da bomba de Hiroxima e Nagasáqui, de tanta destruição..., pensou-se que se tivesse havido uma Carta de princípios de toda a humanidade que a maioria das nações assinasse, a guerra não teria acontecido.


- Hoje, estivemos todos em Joanesburgo, no estádio do Soweto, a cantar e a dançar por Mandela. Celebrar um homem ímpar, que não morre, necessariamente, porque não podem morrer os valore por que viveu. 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A morte de Mandela

Já se disse tanto e dirá, nos próximos dias, sobre Mandela, que nada do que eu aqui dissesse acrescentaria alguma coisa. Mas há uma palavra que compreende todas as outras: DIGNIDADE.

"Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos..."= MANDELA

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Um direito especial, ser criança

Escrevo muitas vezes sobre crianças reais, embora com nomes fictícios. Encontrei-as na rua, na escola, no bairro, nalguma fotografia de jornal ou imagem de televisão.
Pensei e falei delas não para denunciar o drama humano, ele é tão visível que não é necessário, antes, para questionar a consciência de quem, hipócrita e cobardemente, deixa que isto aconteça. Assinam declarações, fazem convenções, mas nada cumprem. Não querem, nunca quiseram, fazem letra morta dos princípios e deveres, dos direitos humanos em geral e dos direitos das crianças em particular.
Falo de crianças vítimas inocentes, jogadas no meio das ambições e das crueldades daqueles que, por poder, dinheiro ou fama, as exploram, torturam e matam.
O que mais perturba é o olhar sentido destes meninos, como se tivessem nos olhos toda a tragédia do mundo. Impossível ficar indiferente.