Talvez, uma das maiores evidências, no campo da cidadania, seja a multiplicidade de referências que povoa as
sociedades contemporâneas. Portanto, é uma questão que a escola tem
inevitavelmente de considerar, naquilo que é a formação moral e cívica das
crianças e dos jovens.
Há
em muitas escolas mais de uma dezena de nacionalidades e de diferentes grupos
culturais, com uma diversidade de línguas, de costumes, de modos de viver…. Obviamente
que esta realidade não é de hoje, e talvez fosse maior antes da crise, quando
chegavam até nós muitos emigrantes.
Não
restam quaisquer dúvidas de que a questão cultural é uma das mais decisivas, no
mundo aberto e global, mesmo que muitos nasçam e morram sem sair do mesmo
sitio. O paradigma virtual e a tecnologia, que chegam às zonas mais recônditas
da terra, como bem mostram as redes sociais, estão a criar uma humanidade
outra, seja isso o que for.
Só
existe, só conta, o que está na rede. Acabamos a falar, a contar a nossa vida, a centenas ou a milhares de pessoas, mas não cumprimentamos o vizinho que desce
connosco no elevador. Estamos, assim. Mas, estamos todos? Não, obviamente que
não. De resto, mesmo os “ligados” sabem que a proximidade relacional não está na rede.
Ainda
assim, a abertura social não se faz por decreto, faz-se por vontade dos
indivíduos: o outro interessa-me; o seu
destino não me é indiferente. Não quero que o outro me abra a porta, sou eu
quem tomo a iniciativa de o convidar a entrar; é quebrar a reciprocidade, o
esperar sempre algo em troca, que pode criar plataformas de diálogo,