Escrevo muitas vezes sobre crianças reais, embora com nomes fictícios. Encontrei-as na rua, na
escola, no bairro, nalguma fotografia de jornal ou imagem de televisão.
Pensei
e falei delas não para denunciar o drama humano, ele é tão visível que não é
necessário, antes, para questionar a consciência de quem, hipócrita e cobardemente, deixa que isto aconteça. Assinam declarações, fazem
convenções, mas nada cumprem. Não querem, nunca quiseram, fazem letra morta dos
princípios e deveres, dos direitos humanos em geral e dos direitos das crianças
em particular.
Falo
de crianças vítimas inocentes, jogadas no meio das ambições e das crueldades
daqueles que, por poder, dinheiro ou fama, as exploram, torturam e matam.
O
que mais perturba é o olhar sentido destes meninos, como se tivessem nos olhos
toda a tragédia do mundo. Impossível ficar indiferente.