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sábado, 17 de maio de 2008

Birmânia, a morte continua

Tanta ajuda internacional disponibilizada, à espera de poder entrar no país, e aquela junta militar impedindo o acesso, enquanto milhares e milhares de pessoas morrem podendo ser salvas. Isto é genocídio, é morte planeada, sistemática, intencional de inocentes.
Se a ONU e os organismos internacionais não fizerem nada é o seu próprio descrédito. Servem para tão pouco, emperram em dificuldades e interesses tais, que o melhor é reconhecer a sua ineficácia e abrir espaço para um longo e profundo debate que permita refundar e tornar eficazes as instituições que deviam prover a catástrofes desta natureza e não são capazes. Às vezes, pergunto-me: invadiu-se o Iraque, por causa das supostas armas, e não se se invade a Birmânia para salvar milhões de pessoas da loucura daqueles generais? Que mundo é este?

segunda-feira, 12 de maio de 2008

"Tenho de ir, é meu amigo"

Outra vez tiroteios nas ruas de Beirute, as mesmas imagens de fuga e desespero. Os extremismos de sempre a mostrar a sua intolerância. Até quando? Aquela mãe, chorando a morte do filho assassinado, quando foi ao enterro de um amigo, também assassinado, é de uma profunda dor. Diz que lhe pediu para não ir e ele lhe respondeu: - Tenho de ir, é meu amigo.
Ficamos a pensar: a amizade ainda vale alguma coisa, pode valer até a vida, como neste caso.

domingo, 11 de maio de 2008

Se a justiça não fosse o que é ...

Bem sei que com o mal dos nossos vizinhos podemos nós bem, mas depois de tanto se falar (e bem) da justiça portuguesa, do julgamento da Casa Pia, que parece não acabar nunca, eis que assistimos a casos, por essa Europa, verdadeiramente inacreditáveis: um pedófilo espanhol, que devia estar preso, mas não estava, por deficiências do sistema judiciário, sequestrou e matou uma criança; um ser inominável, austríaco, que tinha o cadastro limpo, mas não devia ter, porque já antes havia violado, sequestrou, aprisionou, na cave da casa , durante vinte e quatro anos, a própria filha, a quem violou sistematicamente, tendo nascido sete filhos. E, pasme-se, ninguém sabia, ninguém desconfiou, ninguém viu nada. Como é possível tamanha monstruosidade? Não parece, racionalmente, posssível, mas foi. Ainda, hão-de vir dizer que é inimputável!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Tantas fardas, na Praça Vermelha

Voltaram às ruas de Moscovo, as infindáveis e "impecáveis" paradas militares. Assim, comemoram o fim da II Guerra Mundial, ao mesmo tempo que mostram o seu poderio militar. Olha-se para aquilo, e pensa-se: voltámos a que tempo? Quase confundo Putin e o actual Presidente com outros senhores de tempos idos. Quero estar enganada, espero que esta democracia, tão militarizada, tão musculada e tão outras coisas ..., não acabe por aqui.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Rasto de morte, na antiga Birmânia

A crueza das imagens do ciclone e dos poucos relatos que chegam dão a dimensão da tragédia, sempre a aumentar. Para o governo são 22 mil mortos, para os diplomatas dos Estados Unidos mais de 100 mil, como se uma guerra de números, nestas circunstâncias, fizesse qualquer sentido. A incrível burocracia, as dificuldades nos vistos e os entraves à ajuda humanitária, mostra a paranóia daquela Junta Militar que governa o país. Até onde é que isto chegará? Os organismos da comunidade internacional têm de ter alguma capacidade de ingerência quando se trata de casos assim, não podemos ficar à espera, quando esperar significa deixar morrer milhares e milhares de pessoas.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Meninos palestinianos

Há poucos dias ouvimos a notícia de que um raid israelita tinha estilhaçado uma casa palestiniana. Quatro crianças mortas, uma família destruída. Um ódio infinito, que assim não pode acabar nunca. Não sei se há justificações, haverá, mas que me importam quando acabam por morrer crianças inocentes. Maldita política, malditas bombas, maldita retaliação! Não existirão outras soluções? Para que serve a diplomacia, para que servem as Organizações Internacionais? Às vezes custa a acreditar, como é possível.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Pertenças, sou ou não sou daqui

Hoje fui à igreja do bairro que não frequento com nenhuma regularidade. Fui à missa. Mas o que mais me emocionou foi o antes a missa, as pessoas que estavam e iam chegando. O modo como se posicionavam, se cumprimentavam, falavam... Pareceu-me um espaço comum envolvendo dentro dele múltiplas pertenças: era o grupo do coro, que ocupando o lugar designado, se iam
cumprimentando à medida que chegavam, era um grupo da catequese, as crianças que vinham com a catequista e se sentavam juntas ocupando todo um banco, era o grupo de leitores... Todos falavam, trocavam breves conversas...
Fiquei a pensar: há aqui uma identidade, um sentimento de pertença que ajuda a viver, que faz bem, que compromete, que dá vontade de estar e de voltar ...
Eu não pertenço a nada. Sou quase uma estranha, e sinto pena ...