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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Antigo entreposto de escravos

Visitei uma fortaleza na costa africana, monumento recuperado pela cooperação espanhola, que foi, por mais de quatro séculos, entreposto de escravos. Por momentos, o peso da história - que não podemos reescrever nunca, mas que nos deve ensinar sempre alguma coisa - cai-nos em cima. O tráfico negreiro é uma nódoa na história do mundo, da Europa e de Portugal. Tantos momentos tristes, mesmo que depois nos falem de coisas de que nos devemos orgulhar. Falem do resto também.

domingo, 22 de junho de 2008

O regresso de refugiados

Há dois dias, a 20 de Junho, comemorou-se o dia Internacional do Refugiado, mais de 30 milhões em todo o mundo. Por perseguições religiosas, políticas ou étnicas, devido a conflitos armados, muitas pessoas fogem das suas terras, do seu país, para encontrarem segurança em países vizinhos. Há uma Convenção Internacional (1951) e um Alto Comissariado (ACNUR) que define o seu estatuto e os apoia. Quando os conflitos terminam muitos regressam ao país de origem, com alguma ajuda para iniciar de novo a sua vida. Mas todos trazem a ideia da aldeia, da estrada, dos campos, da casa, do poço, da horta, que deixaram. O pior é quando ela já não existe, ou já não se reconhece ou já não se pode fazer prova da sua posse. Uma refugiada do Burundi, dez anos em campos de refugiados na Tanzânia, sem ninguém para a receber, conta a sua história ao funcionário do governo, quando descem da carrinha do ACNUR:
- O senhor não me está a compreender. Eu não tenho familiares nesta zona, mas sou daqui, os meus pais e os meus sogros tinham terras aqui, mas não sei onde elas ficam. Eu quero ficar nas terras dos meus sogros, sou viúva, tenho oito filhos. Morreram todos os meus familiares. Não há ninguém para me receber, compreende o senhor! Mas sou daqui.
- Tem de esperar, espere aí, tenho de saber...
É assim a vida para muitos dos que voltam, uma vez mais no fim da fila, à espera. Porventura, de nada.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Violência e Xenofobia

Nos últimos dias tem havido notícias sobre imigrantes de Moçambique, Zimbabué, Malawi ... saindo apavorados da África do Sul, onde uma onda de violência e de xenofobia varre os bairros e as ruas de algumas cidades, destruindo, queimando, matando. Triste ironia, os que antes eram segregados, segregam agora, com o mesmo ódio e a mesma indiferença estampados no rosto, não é nada que a história não tenha já mostrado inúmeras vezes. Triste natureza humana! Séculos de civilização de pouco adiantaram.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Bemba, na alçada do TPI

Prenderam, em Bruxelas, o senhor Bemba, antigo vice-presidente do Congo, há um ano a viver no Algarve. Com quantas mordomias privadas vivia, não sei, nem me interessa, interessa-me, isso sim, que polícias portugueses lhe tenham garantido a segurança, pagos com o dinheiro dos nossos impostos. É um caso claro de hipocrisia internacional ao mais alto nível: - não está fugido, não é refugiado, foi o responsável da ONU em Kinsasha que pediu a Portugal para o receber, nunca o TPI (Tribunal Penal Internacional) pediu a sua captura, etc. - diz o Ministro dos Negócios Estrangeiros português. Então, é o quê? Um híbrido que viveu sossegado e principescamente com o dinheiro que depositou em bancos europeus e a casa luxuosa que comprou na Quinta do Lago. Que importava o rasto de violência e de morte que semeou no seu país! Nada importou, mas devia importar, pois não chega ser oposição e dizer que o adversário é corrupto e assassino, é preciso mostrar que não se é igual, e ele não mostrou. Ainda bem que existe o TPI e começa a fazer o seu trabalho. Talvez muitos palácios europeus de ditadores africanos fiquem às moscas, eles sabem que se arriscam. Até que enfim!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Meninos palestinianos

Há poucos dias ouvimos a notícia de que um raid israelita tinha estilhaçado uma casa palestiniana. Quatro crianças mortas, uma família destruída. Um ódio infinito, que assim não pode acabar nunca. Não sei se há justificações, haverá, mas que me importam quando acabam por morrer crianças inocentes. Maldita política, malditas bombas, maldita retaliação! Não existirão outras soluções? Para que serve a diplomacia, para que servem as Organizações Internacionais? Às vezes custa a acreditar, como é possível.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A escravatura que não acaba

Ontem, soube-se que cinquenta portugueses tinham sido libertados de uma rede de tráfico de seres humanos, em Espanha. O que mais perturba é a maldade humana, quase em estado puro, sem um pingo de sentimento, que utiliza as fragilidades emocionais, mentais e sociais das pessoas para as utilizar a belo prazer. Coisas que não julgamos possíveis, entre nós, são possíveis.
Já sabíamos que o mundo não protege os fracos, mas não estamos na lei da selva. Portugal e Espanha são Estados de direito, por que é que a lei e as autoridades não protegem estas pessoas? Talvez não tenham tido conhecimento em devido tempo, mas havia quem conhecesse o caso, quem visse estas pessoas ser exploradas, escravizadas, maltratadas, e nada tenha feito para o denunciar. Todos somos responsáveis por estes e outros casos idênticos, basta que fechemos os olhos e achemos que não temos nada a ver com o assunto.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Nojoud Muhammed Nasser, a menina do Yemen

No início deste mês uma menina muçulmana do Yémen , de oito anos, foi sozinha a um tribunal pedir o divórcio do marido, um homem de trinta anos com quem vivia há mais de dois meses. Neste caso, choca-nos a imensa pobreza que leva aqueles pais, por um mísero dote, a entregar a filha ainda criança a um adulto. Tudo é explicado pela (in)questionável tradição, mas se ao menos a tradição fosse cumprida, não o foi por este marido, que consumou o casamento antes da menina atingir a puberdade. O grau de violência sobre estas crianças, violadas e abusadas, é imenso, mas o pior é que ninguém as ouve por mais que gritem e peçam ajuda . Não ajuda a família, não ajuda a sociedade, ninguém ajuda. É a tradição, dizem. Mas também é tradição não cumprir a tradição?
Como quase sempre, em situações limite, o ser humano descobre forças onde antes não existiam, e esta menina corajosa vai denunciar o marido e o pai. Tem a sorte de encontrar um juiz também corajoso que não decreta o divórcio mas sim a anulação do casamento para que aquele homem não volte a incomodá-la. A menina foi recolhida por um tio, está a salvo. Mas, até quando? Que fazer destas tradições, como ajudar estas vidas!

sábado, 19 de abril de 2008

Confiar, afinal resolve

- Que horas são? – pergunta-me o jovem (muito menos de vinte anos) que acaba de me ajudar a arrumar o carro.
- São seis horas. Por que será que há tanto movimento, tanta gente, aqui?
- Porque há jogo no Benfica. Já está tudo cheio, teve muita sorte em arranjar aqui um lugar. Podia dar-me este dinheiro todo, por lhe ter arranjado um lugar tão bom – referia-se à nota de cinco euros que eu lhe tinha dado para retirar um euro e devolver-me o resto.
- Sabe que, quando não tenho moedas, não paro, mas olhei para si e confiei – digo-lhe. Pensei: ‑ posso dar-lhe a nota que ele vai dar-me o troco.
- E vou mesmo, senhora. Vou mesmo. Não se enganou.
- Está a ver como vale a pena olhar nos olhos das pessoas!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A fome sempre à espreita

Países como o Haiti, o Egipto, etc., em crise de alimentos são um grande alerta para o mundo, sobretudo, para os que entendem de desenvolvimento, de economia global, de mercados e de tudo o resto, e parece ainda não terem entendido que nada há de mais importante e necessário que um saco de farinha ou de arroz, por mais lucro que dê plantar essas grandes extensões de terreno com os tais biocombustíveis ou lá o que seja. Este modelo económico, de que eu não compreendo nada, parece um trapézio sem rede, os desequilíbrios aparecem até mesmo de onde não se estava à espera. Ninguém está seguro, mas os menos seguros e mais prejudicados são como sempre os mais pobres.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O menino do acordeão

Encontrava-o todos os dias à mesma hora, no mesmo semáforo. Tinha sete, oito, anos, e transportava um acordeão que, mesmo sendo pequeno, era demasiado grande para o seu tamanho. Muitas vezes, se o sinal estava fechado, conversávamos e ele invariavelmente me pedia esmola. Mas naquele dia tinha outras preocupações, uma correia do acordeão tinha-se desprendido, e ele não podia tocar.
Perguntou-me: ‑ Não tem um preguinho?
- Um preguinho? Como ia eu adivinhar que ias precisar de um preguinho?
Se fosse agora, depois de ver como esse acordeão era tão precioso para ti, ia ter uma mão cheia de preguinhos.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Campo minado, perigo de morte

O dia 4 de Abril é o Dia Internacional de Sensibilização para as Minas e Ajuda em Acções Relativas a Minas. Bem é preciso que pensemos sobre este grave problema, que continua muito para além dos conflitos. São extensões imensas de campos minados, antes, bons para o cultivo e, depois, reduzidos a um cobarde campo de batalha, onde o inimigo não se vê, embora continue lá, pronto a matar, a estropiar e a aterrorizar. E assim se abandonam as terras, se impedem as pessoas de cultivar, de ganhar o seu sustento e de manter a esperança. Desminar estes campos é uma necessidade e um direito, há uma Convenção Internacional de Proibição de Minas Anti-Pessoais, em vigor desde 1999, mas muito falta ainda fazer. É que nestas questões, das armas e da guerra, sempre a política e a economia degladiam os seus interesses, esquecendo ou deixando para segundo plano a dignidade e os direitos da pessoa humana. Basta pensar, ironia das ironias, que são os mesmos que fizeram esses milhões de bombas os que agora produzem o material para a desminagem. Que círculo vicioso este!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

O menino da pedreira

Encontrei-o em Cabo Verde, na Ilha de Santiago. Lá estava ele, mais um dia, sentado naquela maldita posição, que lhe dava cabo das costas e lhe punha os braços que não podia mais. Horas a fio, a partir pedra. Como podia uma criança aguentar, tantas horas, a fazer paralelos para as calçadas e os passeios da cidade! Cidade que não conhecia e passeios onde nunca tinha passeado. Quando iria ele à cidade? Talvez, só daqui a muito tempo, quando crescesse mais um pouco. Não importava que a cidade não fosse longe. Para ele era.
- Ganha para aí uns trezentos escudos (três euros) - disseram-me. O que significará para ele aquele dinheiro? Pensará que é muito ou que é pouco? A quem o irá entregar? O que pensará da vida que tem? Terá sonhos? Certamente que sim, todos os meninos têm.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Meninas escravas, até quando

A propósito de uma reportagem na RTP2. Incomoda ver a vida daquelas meninas, escravas domésticas, fabris ou sexuais, nessa imensa, desigual e injusta Índia, onde o tempo passa, o progresso chega para alguns, enquanto outros continuam na mais profunda pobreza. Percebemos o que é nascer, crescer e morrer nas margens, sem ter a esperança de mudar de vida. Vemos meninas, ainda crianças, de corpo dorido, trabalhando horas sem fim na fábrica ou na casa dos senhores (há sempre senhores); vemos meninas de olhar perdido, a tremer de medo, trabalhando horas sem fim nos bordéis da cidade. Onde ficou a infância? Onde ficou a escola? Onde está o futuro? Acreditamos em organizações como a SACCS ou a STOP, mas é tempo dos governos criarem as condições para implementar e fazer cumprir as Convenções Internacionais que assinam.

sábado, 29 de março de 2008

Ainda, a violência na escola

Uma maneira de lidar com a questão da violência escolar, parece-me a mim, é tentar perspectivar as questões ao nível daquilo a que Ricoeur chama de sabedoria prática: há regras, todos sabemos, os alunos sabem, devem ser cumpridas, mas nem sempre são, umas vezes por impossibilidades práticas, motivadas por circunstâncias várias, outras vezes por escolhas e atitudes individuais. Aceite-se a dificuldade dos casos de violência, oiçam-se os que mais sabem sobre o problema, de forma discutida, concertada, sábia, para termos a certeza de encontrar as melhores respostas, mesmo que não sejam as soluções que desejamos.
Temo que a abordagem parcelar deste problema (a pedagogia, a psicologia, a sociologia, o regulamento escolar, a justiça criminal, etc. ), nos leve sempre a discursos e a procedimentos justapostos, quando não contraditórios, que em vez de reforçar a autoridade a diluem quase completamente. É o que tem acontecido.

quarta-feira, 26 de março de 2008

A violência na escola

Infelizmente não se pode dizer que a violência chegou à escola. A violência está na escola e desde há muito tempo. É uma questão tão complexa e difícil, que não tem explicações nem respostas lineares, por isso os que se têm pronunciado fazendo alarido podiam pensar nisto. Todos acabaríamos com a violência, na escola e em outros contextos, se pudéssemos. Mas denunciar é (e será sempre) a melhor maneira de minorar os problemas. As imagens gravadas pelo telemóvel de um aluno, numa escola do Porto, apesar da gravidade da situação - não é desculpável, nem o que fez a aluna nem o que fez a turma - podem ser uma oportunidade para se enfrentar com outra determinação o problema da violência em espaço escolar.

terça-feira, 11 de março de 2008

Mulheres ciganas, quando a tradição pesa tanto!

Ontem a TVI apresentou uma reportagem sobre os ciganos, ou melhor, com os ciganos: tornou-os protagonistas, coisa que quase nunca acontece. Falaram de si mesmos, da sua exclusão, dos seus sonhos, das seus modos de vida, da sua música, da sua cultura, dos seus valores. A situação da mulher cigana tocou-me particularmente - a menina de onze anos que anda no 4º ano e vai ter de deixar de estudar, dizendo o pai: "senão depois não casa, fica para aí, e nós não queremos isso para ela" ; a jovem de quinze anos, que adora moda, e está a aprender a costurar num curso de formação, a quem um dia, ao chegar a casa, comunicaram que estava noiva, a família tinha-lhe arranjado o casamento; a jovem viúva, de luto carregado para toda a vida, não poderá mais divertir-se, voltar a casar, ver televisão, ouvir rádio, como se a vida tivesse terminado ali; outra jovem viúva com o filho pela mão, que não pôs luto pelo marido, com quem já não vivia, e é por isso criticada, por mais que ande de cabeça levantada.
A questão premente é encontrar um ponto de equilíbrio, que permita, sem a oposição da comunidade e até com a sua participação, ajudar estas mulheres a terem uma vida distinta.

sábado, 8 de março de 2008

Mais uma vez as cheias

As cheias em Moçambique são uma tragédia cíclica. Demasiado frequente para que aquelas populações, já na mais profunda probreza, possam, ano após ano, perder a casa de colmo e a "machamba" com alguns alimentos de sobrevivência. Nada resta. E ao nada, acrescenta-se a desolação, o sofrimento e as doenças.
Não é possível esta incompatibilidade entre a natureza e o humano, algo falha no planeamento (se é que existe) e na ajuda a estas pessoas (sempre de emergência). Tem de ser possível encontrar outras respostas que actuem nas causas dos problemas. Não se pode imaginar que não voltará a chover e que o rio não voltará a transbordar.

terça-feira, 4 de março de 2008

Liberdade, para os prisioneiros políticos

Ingrid Betancourt tinha um sonho para o seu país. Sonhou ser presidente da Colômbia e dar o melhor de si ao povo, mas, maldição, acabou prisioneira das FARC. Há seis anos sequestrada, minada pela doença, esta mulher forte desmorona fisíca e psicologicamente. Se nada for feito, o fim está próximo, segundo algumas notícias. Aquela carta que escreveu à mãe ecoa na minha mente, como ecoam os apelos dos filhos, etc., não é possível ficar insensível. Apesar de se multiplicarem os apelos e as movimentações diplomáticas, ao mais alto nível, ela continua sequestrada, embora nos últimos meses alguns prisioneiros tenham sido libertados.
Qual é o preço para Ingrid Betancourt? Quem são os que querem tirar dividendos? Por que não é possível a sua libertação? Assistimos, sem saber .

domingo, 2 de março de 2008

A escola é a maior oportunidade

Os meninos que a SIC mostrou, em 1998, pedindo esmola nas ruas do Funchal, são hoje jovens adultos. Aparentemente, só um está bem, dá a cara, fala de si, do futuro. A mãe morreu nesse mesmo ano, e o avô foi buscá-los, a ele e à irmã. Voltou à escola, começou a trabalhar, tem uma vida normal. Um outro jovem fala, sem mostrar a cara, duma vida de problemas, e os outros dois não aparecem na reportagem: estão perdidos na vida, por causa da droga e da desorientação, um dormindo numa qualquer rua de Londres e o outro preso numa prisão da Madeira.
O bairro onde viviam foi demolido, as famílias realojadas, mas todos os problemas sociais foram atrás. Triste destino, nascer e viver em certos bairros, não ver a luz mesmo que o sol brilhe e se abram todas as janelas! Se o jovem que saiu do bairro e foi viver com o avô tivesse ficado no Funchal, a pedir esmola para o padrasto, teria tido, seguramente, o mesmo destino. É difícil, muito difícil, remar contra a maré.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Não poder olhar o rosto

A Holanda acaba de proibir o uso da burka , mesmo sendo apenas 150 as mulheres a usá-la naquele país, onde vivem cerca de oitocentos mil muçulmanos. Nem que fosse apenas uma, a lei seria igualmente importante, o que se trata aqui é de reconhecer que não podemos relacionar-nos com os outros, sem perder aspectos da nossa humanidade, se estamos impedidos de os olhar no rosto. É a própria identidade individual que está em causa, e nada há de mais fundamental, nenhuma crença, nenhum sentimento, nenhuma tradição. Ou será que há? O que faz com que pessoas educadas na Europa, vivendo em ambientes sociais livres e respeitadores dos direitos humanos, se sujeitem a isto? Há, porventura, algo da ordem da convicção profunda, onde a razão nem sequer espreita, que nos escapa. Eu por mim não entendo.