Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 3 de abril de 2008

O menino da pedreira

Encontrei-o em Cabo Verde, na Ilha de Santiago. Lá estava ele, mais um dia, sentado naquela maldita posição, que lhe dava cabo das costas e lhe punha os braços que não podia mais. Horas a fio, a partir pedra. Como podia uma criança aguentar, tantas horas, a fazer paralelos para as calçadas e os passeios da cidade! Cidade que não conhecia e passeios onde nunca tinha passeado. Quando iria ele à cidade? Talvez, só daqui a muito tempo, quando crescesse mais um pouco. Não importava que a cidade não fosse longe. Para ele era.
- Ganha para aí uns trezentos escudos (três euros) - disseram-me. O que significará para ele aquele dinheiro? Pensará que é muito ou que é pouco? A quem o irá entregar? O que pensará da vida que tem? Terá sonhos? Certamente que sim, todos os meninos têm.

Sem comentários: