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terça-feira, 11 de março de 2008

Mulheres ciganas, quando a tradição pesa tanto!

Ontem a TVI apresentou uma reportagem sobre os ciganos, ou melhor, com os ciganos: tornou-os protagonistas, coisa que quase nunca acontece. Falaram de si mesmos, da sua exclusão, dos seus sonhos, das seus modos de vida, da sua música, da sua cultura, dos seus valores. A situação da mulher cigana tocou-me particularmente - a menina de onze anos que anda no 4º ano e vai ter de deixar de estudar, dizendo o pai: "senão depois não casa, fica para aí, e nós não queremos isso para ela" ; a jovem de quinze anos, que adora moda, e está a aprender a costurar num curso de formação, a quem um dia, ao chegar a casa, comunicaram que estava noiva, a família tinha-lhe arranjado o casamento; a jovem viúva, de luto carregado para toda a vida, não poderá mais divertir-se, voltar a casar, ver televisão, ouvir rádio, como se a vida tivesse terminado ali; outra jovem viúva com o filho pela mão, que não pôs luto pelo marido, com quem já não vivia, e é por isso criticada, por mais que ande de cabeça levantada.
A questão premente é encontrar um ponto de equilíbrio, que permita, sem a oposição da comunidade e até com a sua participação, ajudar estas mulheres a terem uma vida distinta.

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