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sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

A urgência dos direitos humanos

 Os acontecimentos mundiais a que assistimos - a guerra da Rússia contra a Ucrânia, em escalada, onde as atrocidades e os crimes contra a humanidade se multiplicam; a repressão das mulheres, no Irão; os níveis alarmantes de pobreza extrema…; as alterações climáticas que não poupam nenhum continente, país ou região - mostram à evidência como os tempos são sombrios e perturbadores.

Descremos, em quase tudo.  Parece que o vasto edifício jurídico e institucional dos direitos humanos não consegue evitou que o pior da natureza humana!

«Somos todos livres e iguais em dignidade e direitos»


sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Quando a deriva é tão visível...

Com uma aparência de desleixo, afastado de todos, deixa-se cair contra o muro. Abandona-se, como se desistisse de tudo.

- Deixem-me, deixem-me, deixem-me... – Gritava, ao mesmo tempo que dizia palavrões.

- Estás bem? Sentes-te bem?

- Como posso estar bem? Vê além a “bófia”? Vêm de carro e armados, prontos para dar porrada. Para a “bófia” todos aqui são drogados e ladrões.

- E não são, pois não?

- Claro que não. Há “bué” de gente que trabalha e putos que andam na escola.

- E tu andas?

- Não. Já andei, mas não gostava, não sabia nada, era perder tempo. Quando os “cotas” foram dentro nunca mais voltei à escola.

- Os teus pais, estão presos?

- Estão, há “bué” de tempo....

Faz silêncio e olha-me intensamente, não sei se com raiva ou súplica, como se eu tivesse alguma coisa a ver com tudo o que estava a acontecer e pudesse ajudá-lo.

(excerto de um texto maior)


terça-feira, 29 de novembro de 2022

As manifestações no Irão

 No Irão, a revolta, contra a ditadura teocrática, daqueles líderes religiosos, fundamentalistas, incapazes de diálogo e corruptos, tomou as ruas de todas as cidades, dentro e fora do país, onde vivem importantes comunidades iranianas, solidárias com o seu povo.

Apesar de mais 300 mortos, mais de 14 mil presos e da repressão parecer não ter limites, essa luta, iniciada por mulheres, há quase dois meses e meio (desde 16 de setembro), ganhou contornos sociais e políticos cada vez mais expressivos.

Agora, mulheres e homens perderam o medo e ganharam consciência da sua força e da legitimidade das suas reivindicações: são gente e querem viver como gente e isso implica liberdade, democracia e justiça.

Manifestações por direitos básicos no Irão


quinta-feira, 10 de novembro de 2022

A COP27 – a Conferência da ONU sobre as Alterações Climáticas

A decorrer, por estes dias, no Egito. Os líderes mundiais falam de uma catástrofe humana anunciada, a níveis imprevisíveis. Já estamos a ver as consequências das alterações climáticas: inundações, degelo, aquecimento global, ondas de calor, secas…, fenómenos extremos que mostram à evidência a precariedade da vida no planeta.

Entretanto, cresce a insegurança alimentar, agravam-se ou desaparecem as condições de vida tradicionais em muitas regiões do mundo. A estes deserdados, restam as margens das grandes cidades, onde sobrevivem, muitos, sem emprego, um salário justo, o mínimo dos mínimos. 


sexta-feira, 4 de novembro de 2022

O terror russo - as contínuas manobras

Acusam a Ucrânia daquilo que eles querem fazer ou fizeram:

- Os bombardeamentos junto à central nuclear de Zaporizhia; a sabotagem dos gasodutos; a preparação de uma «bomba suja», para a seguir usarem armas nucleares táticas; a barragem em Kherson minada para explodir e alagar uma vastidão de cidades, vilas e aldeias (mais de 80); os drones que atingiram a frota do mar Negro e o corredor de navios que transportam os cereais a países onde a fome a vida de milhões de pessoas.

Este é o Putin, no seu melhor, a testar as reações da comunidade internacional (o tal ocidente a que se refere) e a mostrar-lhes: «vejam do que eu sou capaz»!

E é mesmo capaz. Não tem limites!

 

 

Navios com cereais no Mar Negro (Foto: EPA/ERDEM SAHIN)

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Há expressões muito bonitas...

  Quase tropecei na senhora que seguia à minha frente e, de repente, parou no passeio, naquele final de tarde quase noite.

- Desculpe, estou na vaidade - disse-me!

- De nada.

Eu que a olhei, apenas, de relance, sigo intrigada com a expressão. Mais tarde, recordei que estava a colocar um brinco numa orelha. 

Estava explicado. Ainda bem que a senhora «estava na vaidade», não precisamos de saber porquê!

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

A lição da ministra: sem perguntas, revogue-se a lei!

  Eu acho que a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, não tem nada a ver com os negócios do marido; por isso, nada pode ter a ver com o champô para animais que a empresa que recebeu os 133.000 euros de subsídio vai produzir. Mas, o problema é político; agora, quando vemos a ministra, mais depressa vemos os subsídios do Estado, que uns conseguem e outros não, a voar para as empresas do marido.

Há dois dias, novamente por escrito (não quer responder a perguntas), já o tinha feito numa nota do ministério, num artigo no jornal Público, acrescentou que não se deve mudar a lei, que o parecer da Procuradoria Geral da República considera pouco clara e um deputado do PS já veio admitir possíveis mudanças. Então, a ministra, para defender a sua argumentação até ao fim, tem de dizer que a lei deve ser revogada, que não deve haver nenhuma limitação aos contratos públicos em Portugal por familiares de governantes.