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domingo, 27 de outubro de 2019

O camião do terror, trinta e nove mortos

Malditas máfias, maldita pobreza, malditas circunstâncias…! 39 pessoas, 31 homens e 8 mulheres, morrem dentro de um camião frigorífico, quando tentavam entrar clandestinamente no Reino Unido. Trinta e nove pessoas, com vidas, sonhos, famílias…, tudo desfeito.
É tal o grau de clandestinidade e de rede que não se sabe ainda quem são; primeiro, pensou-se que eram todos chineses, agora, já se pensa que há vietnamitas…; espero que se saiba verdadeiramente quem são, o que aconteceu e os responsáveis sejam devidamente punidos.
Pagaram quantias impensáveis a bandidos, para acabar assim. Mortes que se juntam a tantas outras, no Mediterrâneo e em campos de detenção saturados e insalubres.
Na verdade, a imigração ilegal é um problema que se agrava a cada dia, ao mesmo ritmo com que crescem as desigualdades, a guerra e a fome.


quinta-feira, 17 de outubro de 2019

A maldade não tem limites


Quando a gente pensava que os horrores da II Guerra não se repetiriam, que a humanidade tinha aprendido alguma coisa, vemos que a maldade humana continua a tomar formas tão ou mais cruéis. Falo das jovens nigerianas aliciadas a ir para Lagos, a capital do país, para trabalharem como empregadas domésticas, e acabavam presas e engravidadas em série por indivíduos que a seguir vendiam os recém-nascidos.
Mas que mundo é este? Onde está o respeito pelo ser humano?
Alguns dos bandidos da rede, talvez, rezem cinco vezes por dia ao profeta, talvez tenham família e uma vida de aparência normal, mas não passam de monstros. 

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Nobel da Paz 2019


Abiy Ahmed Ali, de 43 anos, primeiro-ministro da Etiópia, ganhou o Prémio Nobel da Paz pelos seus esforços na paz assinada entre o seu país e a Eritreia, que durava há vinte anos. Está empenhado em dar passos para a democracia, os direitos, a justiça e o desenvolvimento do seu povo, mais de 100 milhões de pessoas. 
Ocupa o poder há pouco tempo, desde abril de 2018, mas já se percebeu a força da sua consciência, das suas convicções e da sua ação política. Oxalá os retrocessos e as pedras no caminho não sejam inultrapassáveis e aquele país e aquela região possam ser exemplo para muitos outros países africanos!

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Cidadania ética

questão hoje é a de saber como lidar com o pluralismo moral. Adela Cortina, filósofa espanhola, fundamenta uma resposta interessante: articular o bem e o justo. Ou seja, para que as sociedades se possam organizar e dar as respostas sociais que esperamos, há uns mínimos de justiça que todos têm de aceitar – liberdade, igualdade, diálogo e respeito –  algo da ordem do normativo, exigido a todos, no espaço público.  

A partir daqui, todos podem viver, privadamente, com a sua ideia de bem, prosseguindo os fins bons que entenderem, conforme os  seus valores pessoais, familiares, culturais, ideológicos.... 


Ao incluir o diálogo e ao exigir atitudes de abertura e de disponibilidade, a intenção é criar a possibilidade de conhecermos valores diferentes dos nossos que possamos reconhecer e  estimar

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Eleições legislativas do próximo domingo


A campanha eleitoral está nos últimos dias; os políticos dos diferentes partidos dão o tudo por tudo para convencer eleitores, nomeadamente, os indecisos ou os abstencionistas.
Muitos cidadãos não votam; é elevada a abstenção em Portugal, pelo simples facto de acharem que não vale a pena, de acharem que sempre a situação se repete, mais ou menos, do mesmo modo. O meu ponto é que o voto é um direito, não um dever, sou contra o voto obrigatório, mas se não participamos não podemos contribuir para que as coisas mudem. O voto é fundamental às democracias.
O caso de Tantos dominou a campanha; outros assuntos, como a saúde, os impostos, a segurança social, a justiça…, ficaram para segundo plano. Ora, a discussão sobre os problemas e as soluções para a vida das pessoas têm de ficar claras e não parece que isso tenha ocorrido.


quinta-feira, 26 de setembro de 2019

A Cimeira de Ação Climática


Convocada pelo Secretário Geral da ONU, ocorreu a 23 de setembro. Tem no seu título uma exigência: quem vier e quiser discursar não pode continuar com abordagens gerais e abstratas sobre os problemas das alterações climáticas. Tem de trazer compromissos e ações concretas que minimizem o que se passa com o clima e ao qual muitos líderes políticos teimam em não dar a importância devida.

Temos todos de perceber melhor o que é o aquecimento global, o efeito de estufa, a destruição dos ecossistemas, o degelo das calotes polares e dos glaciares e a subida da água do mar, os fenómenos meteorológicos extremos…, para que a consciência do problema nos leve a comportamentos a favor do clima e da preservação do planeta, a começar na nossa casa e no nosso quotidiano.


terça-feira, 17 de setembro de 2019

Carolina Beatriz Ângelo: a primeira mulher a votar em Portugal


 Nasceu na cidade da Guarda, em 1877, numa família de ideais republicanos. Foi médica, a primeira cirurgiã mulher, e também uma ativista política e social, criando ou integrando, com outras companheiras, movimentos para a emancipação da mulher, nomeadamente o direito de votar.

Quando em 1911, a primeira lei eleitoral da república dizia que tinham direito de voto os «cidadãos portugueses com mais de 21 anos que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família», sem especificar se eram homens ou mulheres, Carolina Beatriz Ângelo, viúva e com uma filha, considerou que era chefe de família e pediu o recenseamento eleitoral.

Foi-lhe negado; recorreu para o tribunal e num veredicto de um juiz sensível aos direitos das mulheres (pai de Ana de castro Osório, outra sufragista) foi-lhe concedido o direito de votar. Escusado será dizer que a próxima lei eleitoral já referia «chefes de família homens».

Morre aos 33 anos, em 3 de outubro de 1911, quatro meses depois de votar para a assembleia constituinte.