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quarta-feira, 22 de julho de 2015
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Sabedoria popular, provérbios
- A união do rebanho obriga o leão a ir dormir com
fome.
- Ninguém pode despir um homem nu.
- Se crias uma serpente, serás o primeiro a quem ela
morde.
- Se ouves falar mal do teu amigo, escuta como se
tratara de ti.
- Quem deu à luz um monstro está obrigado a
amamentá-lo.
Provérbios africanos
sábado, 18 de julho de 2015
A flor que veio de longe
A flor nasceu e cresceu num canteiro do jardim da
escola. Ela e as irmãs vivam felizes. Gostavam das brincadeiras dos meninos, do
calor do sol e da sombra da tília nas tardes quentes de Verão. Mas um dia a
escola fechou, os meninos deixaram de aparecer, ninguém mais regou as flores e
elas começaram a ficar tristes e a secar.
- Ai se alguém nos viesse salvar! Precisamos de
ajuda – pediam as flores!
Como há sempre fadas boas a ouvir os pedidos, na
manhã seguinte, apareceu um jardineiro da Câmara que as arrancou com cuidado e
as pôs na parte de trás de uma carrinha. A flor foi levada, juntamente com a mãe
e algumas irmãs (as que ainda não estavam murchas), para outro lugar para aí ser de novo plantada. Está triste e
sem forças, mudou de terra, de jardim, de cidade..., e, quando foi arrancada, as
suas raízes partiram-se bastante e algumas folhas amareleceram e caíram. Já não
é a mesma, tudo lhe dói. Até a estaca que lhe puseram para a ajudar a manter-se
direita a incomoda.
- Estou mal, esta terra não é igual à minha, sinto
tudo tão estranho! Para onde ficará a terra de onde vim? Será para o Sul ou
para o Norte? Terei atravessado o rio ou as montanhas?
Não sabe. Como estava cheia de dores nunca levantou
a cabeça, durante a viagem, para olhar a paisagem. Não sabe, mas imagina que
veio de longe, lembra-se de ter passado muito tempo e de ter sentido fome e
sede, e também porque o tempo, aqui, não é o mesmo, faz muito frio. Quando
estiver melhor vai querer passear e descobrir este novo lugar.
Às vezes, diz à mãe:
- Não me sinto lá muito bem! Tenho saudades de lá!
- Filha, vais ficar outra vez forte, bonita e cheia de saúde. Quando chegar a Primavera, terás folhas e pétalas novas. Os dias difíceis dos primeiros tempos vão passar, vais aprender coisas novas, encontrar amigos, ser convidada para as festas de anos, os bailes de domingo, o coro do jardim e a vida voltará a ser feliz para ti.
- E depois, mãe, sou daqui ou de lá?
- És daqui e de lá – repete-lhe a mãe, enquanto lhe canta baixinho uma canção que fala da terra de onde vieram.
- Não me sinto lá muito bem! Tenho saudades de lá!
- Filha, vais ficar outra vez forte, bonita e cheia de saúde. Quando chegar a Primavera, terás folhas e pétalas novas. Os dias difíceis dos primeiros tempos vão passar, vais aprender coisas novas, encontrar amigos, ser convidada para as festas de anos, os bailes de domingo, o coro do jardim e a vida voltará a ser feliz para ti.
- E depois, mãe, sou daqui ou de lá?
- És daqui e de lá – repete-lhe a mãe, enquanto lhe canta baixinho uma canção que fala da terra de onde vieram.
sexta-feira, 17 de julho de 2015
Vítimas de grupos armados, sequestros
“Fui sequestrada (pelo exército de Resistência do senhor)
quando eu e a minha mãe íamos para o campo…Outra das meninas sequestradas
procurou escapar, mas apanharam-na. Os rebeldes disseram-nos que tinha tentado
fugir e por isso devia morrer. Mandaram os meninos mais novos matá-la. Disseram-nos
que se tentássemos fugir matariam as nossas famílias. Fizeram-nos caminhar uma
semana… Algumas das crianças mais pequenas não puderam acompanhar o passo, caminhávamos
muito sem descansar, e mataram-nos.. Algumas das crianças morreram de fome.
Senti-me impotente a ver tantas crianças a ser assassinadas. Pensei
que me iam a matar.”
(É o caso de uma criança do
Uganda, nos anos oitenta do século passado, mas hoje mesmo, 2015, o sequestro é um acontecimento banal.O Boko Haram, na Nigéria, acaba de o fazer, mas há muitos mais grupos terroristas que o fazem ).
Etiquetas:
guerra,
sequestros,
terrorismo,
violência
quarta-feira, 15 de julho de 2015
Génesis, a exposição
Visitei a exposição de Sebastião Salgado, e gostei muito. Não posso dizer que tenha sido surpreendida, de algum modo, conhecendo outros trabalhos do autor, esperava o que vi. Há uma qualidade e uma essência nas fotografias que chega e ultrapassa a mera observação. Salgado mostra, denuncia, propõe, compromete...
Para mim são particularmente tocantes os rostos. O que dizem os rostos de Sebastião Salgado? Ninguém sabe. Dizem tudo.
Para mim são particularmente tocantes os rostos. O que dizem os rostos de Sebastião Salgado? Ninguém sabe. Dizem tudo.
terça-feira, 14 de julho de 2015
Voltando aos ditadores (4)
Mas vem um dia e a justiça aparece, no caminho do ditador. É acusado e detido em Londres, ficando em prisão domiciliária
numa mansão nos arredores da cidade.
Abrem-se noticiários, formam-se movimentos a favor e
contra, o próprio governo chileno empenha-se para que ele não seja extraditado
para Espanha e seja julgado no Chile. A senhora Thatcher visita-o, intercede por ele. Todos
se movimentam; a novela dura mais dum ano, até que,
finalmente, depois de revogações e nova sentença, surge o veredicto: Pinochet
vai de volta ao Chile.
O argumento da sua debilidade física e mental, do seu
precário estado de saúde, parece sortir efeito. Contudo, não convenceu e foi
desmentido, logo que o senhor pisa solo chileno. Levanta-se leve e fresco para
abraçar os companheiros de sempre. Os que acreditaram na sua doença, devem estar roídos de fúria; foram bem enganados.
(a justiça seguiu os seus trâmites)
domingo, 12 de julho de 2015
Voltando aos ditadores (3)
O mesmo telejornal que mostrava estudantes a serem massacrados e mortos nas ruas de Santiago, mostrava também o ditador a assistir à missa. Não parece aceitável, para nenhum católico, ver a igreja bajular e dar a comunhão a criminosos.
Não sei se eles sabem, mas eu sei que Deus está zangado
com todos “Pinochets” deste mundo, só pode estar, mesmo que alguns tenham
financiado a construção de igrejas, templos e catedrais - sim, que estes
senhores usam descaradamente a religião, porque sabem que a instituição nunca diz não aos poderosos - o que se passou e ainda se passa na América Latina
é intolerável. Uns quantos, poucos, com tudo e todos os outros, muitos, sem
nada.
(agora, parecem soprar novos ventos)
Etiquetas:
ditadores,
religião e ditadura
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