Pesquisar neste blogue
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
O terror de sempre
Não entendemos, apesar da evidência, como o terror invadiu os nossos dias, as nossas vidas, as nossas cidades, ameaçando conduzir-nos a uma paranóia colectiva, veja-se o que aconteceu nos últimos dias ao cidadão nigeriano que tinha todo um aparato policial e anti-terrorista à sua espera no aeroporto de Detroit, só porque, por coincidência, era nigeriano, tinha apanhado um voo Amesterdão-Detroit, foi várias vezes à casa de banho durante o voo, o mesmo que um compatriota seu fizera, uma semana atrás, esse sim, envolvido em explosivos que tencionava fazer explodir. A que níveis de violação dos direitos individuais chegará a suspeição? Não precisa de se provar nada, suspeita-se, actua-se. Por mais que nos custe, talvez tenha de ser assim, já que os riscos que se correm podem ser demasiado graves.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Aminetu Haidar, mulher saraui
A propósito, penso na activista saraui que tem resistido a ser um ser sem linguagem. Veremos a que preço. Continua retida, no aeroporto de Lanzarote, em greve de fome, desde de 15 de Novembro, impedida de regressar ao Saara Ocidental pelas autoridades marroquinas.
domingo, 13 de dezembro de 2009
A propósito da Cimeira de Copenhaga
Um deles é o da tão falada cidadania global, dando a entender que todos somos cidadãos do mundo. Não é exacto, como sabemos, há muita gente fora dessa globalização, desde logo, todos os que vivem abaixo de um determinado nível de desenvolvimento e sem igualdade de oportunidades, quer vivam em países subdesenvolvidos quer vivam nas margens do mundo rico, onde o crescente aumento do desemprego veio pôr a nu muitas fragilidades.
É preciso tirar as devidas consequências, saber que não há cidadania global sem resolver a questão da justiça e do desenvolvimento; sem levar a sério a solidariedade e a interdependência entre todas as pessoas e todos os povos, vivam na nossa rua ou num qualquer lugar do globo, isso passa por criar relações de simetria e de apoio mútuo, onde todos ocupem o centro. Estamos longe, muito longe, mesmo.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Minaretes nas mesquitas
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Dia Internacional dos Direitos Humanos
Não é tudo possível!
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
O terror que não pára
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Casas à venda (6)
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Os desertores (4)
Não percebia por que jovens de dezassete, dezoito anos, alguns até menos, também fugiam a "salto", para França. Ficavam desertores, não podiam regressar, senão seriam presos. Mas que mal teriam feito? Por que tinham de deixar o país, de sair assim de junto das famílias?
Agora sei. Fugiam à guerra, à guerra colonial, de uma guerra de que eu nada sabia e talvez eles e as suas famílias também não, a não ser que lhes podia roubar a vida. Por causa da guerra de África, muitos pais ficaram anos a fio, décadas, sem ver os seus filhos. Só quando acabou a ditadura puderam regressar de novo. Mas alguns, sem apoio familiar, nessa grande Paris, mais ou menos perdidos nas encruzilhadas da vida (sim, porque sempre a má sorte bate à porta de alguém) acabaram por não voltar mais. Aos que chegavam, a pergunta era invariavelmente a mesma: - Viu por lá o meu filho? – Não o vi, mas sei que está bem. Estive com alguém que o viu.
E o coração daquela mãe, ou daquele pai, sossegava um pouco.