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sábado, 30 de julho de 2022

A falência do Serviço Nacional de Saúde

Não estávamos à espera que o problema no fosse tão grave, tão generalizado e de tão difícil resolução. Já se viu que a ministra, Marta Temido, é incapaz de travar a degradação crescente.

Não é só organização, carreiras, direitos salariais….É mais do que isso: é a falta de médicos, que não se inventam, por mais que nos digam que é porque preferem emigrar, ir para o privado, ser tarefeiros a contratados...
Como é que se assume a responsabilidade política, por esta insustentável situação, nas democracias? A ministra deve pedir a demissão.

Foto: A urgência do hospital, Garcia de Orta, Almada.



sábado, 23 de julho de 2022

Celebremos o acordo para os cereais

Durante quatro meses, os cereais ucranianos, cerca de 20 milhões de toneladas, vão poder ser exportados, através do mar Negro, com a supervisão da ONU e da Turquia.

Finalmente, milhões de seres humanos ameaçados pela fome, em muitos países do mundo, sobretudo, na África e Ásia, vão poder alimentar-se.
Negociado durante dois meses, mostra bem a complexidade do que está em causa: os interesses e o taticismo de uns e de outros, as contrapartidas (a Rússia exportará cerca de 100 milhões de toneladas de cereais e fertilizantes), as dificuldades do processo (desminagem, vigilância dos barcos, coordenação da logística…).
Apesar disto, esperemos que se realize.

Foto: Navio no mar Negro


terça-feira, 19 de julho de 2022

combatente na Guiné, na guerra colonial

Passei por várias fases: mas, foi o álcool que me levou à decadência mais absoluta, estava no chão, caído; sem a mão da minha mulher, sempre presente para me ajudar a levantar, não teria sobrevivido.

Ela, que assiste à conversa, contrai-se, leva as mãos aos olhos, rasos de água, olha-o de um modo que ninguém, de fora, pode explicar; um olhar infinito que só eles conhecem, que só eles partilham, como se já não houvesse tempo, nem distâncias e tudo, neles, fosse já eternidade.
- É amor, um amor para a vida - confidenciam-me.
E eu sei que sim!

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Aturdidos pela tecnologia

 A imagem de alguém, fechado num quarto ou num escritório, frente a um computador, de auscultadores nos ouvidos, ligado à Internet, com infindáveis janelas abertas, dois ou mais telemóveis em cima da mesa, tocando à vez ou ao mesmo tempo, tornou-se tão comum que já não a questionamos, embora devêssemos. É a normalidade dos nossos dias, mas precisamos saber que, viver assim, não é uma inevitabilidade. A técnica não é um determinismo.


quinta-feira, 30 de junho de 2022

Apresentação do livro: Ética para os mais novos e os outros... em conversas com a Ana


O livro aborda as três componentes da ética: liberdade (eu); respeito (eu-tu); e justiça (nós e os outros), num discurso argumentativo, claro e consistente. Com uma importante intenção formativa, embora centrado no público juvenil, julgo de interesse para professores, educadores e pessoas em geral.  
Maria  Rosa Afonso

domingo, 26 de junho de 2022

Odeio o Putin

 Sei bem que há outros ditadores (mais mascarados ou mais assumidos), sei bem do que a natureza humana é capaz. Mas, fazer uma guerra de agressão, em 2022, arrasando tudo – cidades completamente destruídas, milhares e milhares de mortes, populações em fuga, milhões de refugiados e deslocados internos…. Apesar disto, intensificam-se os combates e o monstro continua a mostrar as suas garras, porque sabe pode continuar a comprar armas, tanques, mísseis e não sei mais o quê, financiadas pelo petróleo e gás, de que é o maior fornecedor mundial.

 

   

domingo, 19 de junho de 2022

Nódoas negras...

 Quantas vezes imaginou histórias alegres, vidas felizes, risos contagiantes… mas sempre eram páginas para deitar fora! Escrever sem paisagens, sem amanheceres luminosos, entardeceres intensos ou mares sem fim, escavando interiores, lá onde a marca é funda e teima em permanecer, não era uma contingência, era uma necessidade. Escrever sobre vivências de perda, de morte, de exploração, de guerra…, parecia um destino. Aceitava-o, mesmo que isso a desestabilizasse emocionalmente e tivesse, muitas vezes, de fugir de si mesma e dos seus abismos.

 Passadas horas, dias ou semanas, retornaria ao texto, sabia-o, como se um oculto desejo, um apelo de redenção, mesmo passados quarenta anos, a levassem irremediavelmente a isso.