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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

A força de uma consciência, todos os que resistem

Não há dúvida de que existem poderes políticos, económicos e sociais que ignoram e defraudam as justas expectativas das pessoas e dos povos, naquilo que é o seu ser fundamental: a dignidade, o respeito, a liberdade, a democracia...
É certo que se pode dizer que sempre houve corrupção, interesses obscuros, ditadores, tiranias ..., mas igualmente se pode dizer que sempre houve resistentes,  consciências que se rebelam, que se enfrentam, que estão aí, como a Procuradora Geral da  Venezuela e toda aquela gente conhecida ou anónima que resiste.

domingo, 6 de agosto de 2017

Apupos para Maduro, a Venezuela

Olho as ruas da Venezuela, as manifestações em Caracas e noutros sítios; olho as pessoas, cada uma delas, única, desigual e irrepetível, se alguém morre de algum modo todos morrem...

Não olho a massa indiferenciada, não olho o pensamento comum, não olho a deriva, as palmas ao chefe, a unanimidade imposta...

Denuncio, como muitos, o atropelo da ordem constitucional, aos direitos humanos, à democracia,  à Procuradora Geral da Republica... 


terça-feira, 1 de agosto de 2017

Ter uma terra, sentimento de pertença

Ter uma terra é ter uma referência, um chão, uma raiz…; é ter um lugar, onde regressamos sempre que precisamos, física ou mentalmente.

Quantos saíram, passaram anos, longe, mas, de algum modo, sempre, estiveram aqui, acredito que aconteceu isso com os que emigraram para França ou outros países e lugares.

A terra é um lugar de encontro, de sentido, de viver com os outros, um sentimento de pertença a uma família, a uma comunidade, a  uma maneira de viver, a uns hábitos, a uma cultura, a uma maneira de ser. 

Ter uma terra, é muito: é uma identidade.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

O senhor Maduro, Venezuela

A cartilha  ideológica,  a gritaria,  a impossibilidade de perceber o fundamental, levam o  país para o abismo. Não sei se são os homens que mudam, se são as circunstâncias que os  obrigam a mudar, sei  que o poder transforma, corrompe, embebeda. Maduro é a face visível de uma ditadura,  a fome, a violência e a falta de liberdade mostram  um caos social e político que tem tudo para se agravar.

sábado, 29 de julho de 2017

O velho escravo deseja a morte

Só tens preço, se tens força, se dás lucro, nas plantações, nos engenhos...; embora não possas pôr um pé fora do carreiro e das ordens do patrão, tens comida; mas se já não aguentas trabalhar, arrastas-te, como podes, com doenças e misérias sempre em maior número.

Tudo é indigno, desmedidamente repugnante; há o cá e o lá, o abismo de dois mundos, onde só um tem direitos, dita as leis, decide da vida de tantos seres humanos; o abismo entre o ser e o não ser, entre a existência e a sobrevivência mais absolutas, acentua-se.

O homem velho entra na cabana, abraça a mulher e chora, chora convulsivamente, chora por tudo e por todos, sente-se gente. O amor de alguém é a única coisa que parece restar-lhe. O amor de alguém, sentimento profundo, às vezes, decisivo, por isso, se vive, se sobrevive, se aguenta.

Mas há sempre um limite, resta o silêncio, um imenso silêncio; o velho escravo deseja a morte.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

"Primeiro o senhor", princípio das relações humanas

Quem são as pessoas que me interpelam? São pessoas concretas, com vidas concretas, algumas, até, pessoas a quem julgo conhecer bem e de quem, aparentemente, poderia falar, mas por mais que eu pudesse dizer acerca delas, nunca diria verdadeiramente quem são.
O outro é sempre uma alteridade, uma separação, é e permanecerá um desconhecido. Contudo, não se trata de uma ficção minha, está ali, fala-me, interpela-me, exigindo-me respostas. E eu o que faço? Posso decidir responder ou continuar instalada, desatenta, como se nada fosse, ou posso agir, aproximar-me, responder ao apelo.
A escolha é minha, a questão é decididamente ética, sou eu que decido se quero ou não o encontro face a face com o outro.

sábado, 22 de julho de 2017

Os ciganos de Loures, todos os ciganos

Sempre a forma e o tom importam ao conteúdo, mas este é o mais importante. Sou contra a discriminação de qualquer minoria; sei que os ciganos são, em Portugal, muito estigmatizados, a todos os níveis e também na escola. Já, há uns anos atrás, juntamente com outras pessoas, fiz um trabalho e um encontro para tentarmos perceber a realidade dos alunos ciganos e o resultado não foi animador.
Os ciganos  têm, como todos os outros cidadãos portugueses, direitos e deveres, isto a mim parece-me claro,  a questão é conjugar isto com aspetos culturais próprios que, em grande medida, definem a sua identidade.