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sexta-feira, 22 de março de 2019

Ajuda humanitária em Moçambique


Em Moçambique, o ciclone Idai destruiu tudo à sua passagem, originando cheias que estão a arrasar extensas zonas, sobretudo, da província de Sofala e concretamente a cidade da Beira. Os números são já alarmantes, centenas de mortos, milhares de feridos, mais 600 mil desalojados..., pessoas a viver a maior tragédia que só a ajuda internacional, em força, bem coordenada e com a avaliação exata da situação, pode minorar. 
Desejo que o maior número de pessoas seja salvo e que os hospitais de campanha possam ser instalados de modo a suprir a situação existente nesta área, tratar os feridos e prevenir a cólera, a malária e outras doenças. A seguir, haverá tempo para a reconstrução, mas esta fase de emergência parece tão ampla e tão difícil que temo que a situação se agrave.

sexta-feira, 15 de março de 2019

O descontentamento dos professores

Os professores acabam de perder a «guerra» com o governo pela a contagem integral do tempo de serviço a que tinham (e têm) direito, e isto não é justo.  

O resultado imediato é o aumento da insatisfação da classe docente e a instabilidade nas escolas, com inevitáveis reflexos nas aulas e no aproveitamento dos alunos. 
Governo e sindicatos radicalizaram posições e agora  voltar atrás não parece tarefa fácil.

segunda-feira, 11 de março de 2019

Um furo de água, simplesmente

Não podia ir à escola, porque tinha de ajudar a mãe a acartar água. Durante toda a manhã, subiria, vezes sem conta, a encosta da montanha, até à fonte mais próxima, e transportaria, à cabeça, dentro de um alguidar, garrafas de água – a maneira de levar mais e de não deixar cair nenhuma pinga –, até encher todos os cântaros e regar toda a horta.

Muitas vezes sonhava: - «E se de repente nascesse uma fonte, perto da minha casa»!
Sim, isso era possível, porque a água estava lá, bem no fundo da terra, talvez cheia de preguiça e sem vontade de se levantar, de esfregar os olhos e de iniciar uma aventura até à superfície.

Mas, talvez não seja preguiça, pode acontecer que a água não consiga mesmo sair, é que, lá em baixo, é sempre de noite, e ela, como acontece connosco, não sabe mover-se no escuro. A solução era abrir uma janela, uma espécie de furo, que descesse, descesse, até lá ao fundo, para mostrar o caminho à água. Já fora, haveria de nascer uma fonte.

No dia em que isso acontecer, haverá festa nos rios, nos parques e, até, nos pátios das escolas, com meninos felizes que não precisam mais de gastar os dias a acartar garrafas de água, dentro de alguidares.








terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Bom Ano de 2019


Desejo a todos um bom ano de 2019, a todos os níveis.  
Um dos meus desejos, seria que esta zona interior do país, onde vivo, pudesse reverter a sua crescente desertificação, o seu quase abandono. Não vejo políticas de desenvolvimento sustentáveis que levem os jovens a permanecer.
As autarquias do interior não podem transformar as terras em «parques» ou roteiros temáticos (históricos, gastronómicos, desportivos…), para turista ver, quando, até essa «bênção» do turismo, com expressão, no global, do país, parece não ter por aqui números muito significativos. Não sou contra, mas não vejo o impacto desejado na vida das pessoas de forma a melhorar a sua realidade social.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

O humano em nós


Ao nível do senso comum, se perguntássemos a alguém: 
- Quem somos? 
Todos responderiam: 
- Somos seres humanos. 
Assim, pertencer ao género humano é o que nos identifica, independentemente de raças, etnias, culturas, crenças e etc. 
Se continuássemos a questionar, todos chegariam a dizer que ser humano significa pensar, falar, escolher, decidir e agir – tudo um conjunto de características que identificamos com o ser pessoa, com aquilo que é comum à humanidade.


segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Bom Natal


Desejo a todos um Bom Natal. Repito um poema sobre o racismo, ainda, hoje, a maior das discriminações. 

É proibido publicar

Seria aborrecido se Cristo
Voltasse, e fosse preto.
Há tantas igrejas
Onde não poderia rezar
Nos Estados Unidos
Em que o acesso dos negros
Por santos que sejam, é proibido.
Em que se celebra
Não a religião
Mas a raça.
Experimentai dizê-lo
E pode ser que sejais
Crucificados.

(Langston Hugges, 1902-1967, Estados Unidos da América)



terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Valas comuns de todas as guerras

 À memória de tantos e tantos milhares de pessoas (talvez milhões), combatentes ou não, vítimas de todas as guerras, que um dia foram enterrados em valas comuns e de quem nunca mais se soube o rasto. Passado pouco tempo cresceu a erva, depois, já sem sinal do que ali existe, fizeram estradas e caminhos de ferro, plantaram árvores, construíram edifícios...  Perderam-se, assim.

Sobre este tema, deixo um poema de Carl Sandburg:
Erva
 Empilhem os corpos em Austerlitz e Waterloo.
Acamem-nos bem e deixem-me trabalhar –
Eu sou a erva; eu cubro tudo.

E empilhem-nos também em Gettysburg;
Empilhem-nos em Ypres e Verdun.
Acamem-nos bem e deixem-me trabalhar.
Dois anos, dez anos, e os passageiros perguntam ao motorista:
Que lugar é este?
Onde é que estamos?

Eu sou a erva.
Deixem-me trabalhar.