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terça-feira, 9 de agosto de 2011
Desordem e violência em bairros de Londres
Nada parece novo, nem inesperado, já vimos, antes, o mesmo cenário, em França, por exemplo. Mas o que aqui parece ser novo é a idade dos jovens e a quota parte de diversão que esta violência parece ter. Sem escola e sem clubes de ocupação dos tempos livres, tomam a rua por casa e o alheio por seu. Nada justifica esta violência , este vandalismo, mesmo se quisermos invocar o desemprego, a crise e a vida sem esperança nestes bairros. Nada justifica o que está a acontecer, mas temo que o rastilho, uma vez lançado, deixe mossas profundas, porque o pior é começar, um sentimento de revolta e vingança apodera-se dos grupos e vão acontecer desgraças maiores, há já um morto.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Secção Portuguesa da Amnistia internacional: 30 anos
A Aminstia Internacional - Portugal, faz trinta anos, a propósito desta data, a RTP2 vai passar, domingo, às 19:30, um documentário sobre o trabalho feito em Portugal, nestes anos. Muito se lutou pela defesa e protecção dos direitos humanos, numa primeira linha pelos direitos civis e polítios, mas também pelos direitos económicos e sociais, na convicção de que os direitos são interdependentes e não
é possível defender uns enquanto outros são violados.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
...toda a humanidade é rosto, Lévinas
Quem é esse outro que me responsabiliza e me humaniza continuamente? Esse outro que ocupa o lugar a meu lado, em frente ou atrás de mim, no transporte público, na repartição, no teatro, na rua, na casa onde vivo… Esse outro que vejo sentado no muro de um qualquer lugar, que trabalha comigo no mesmo campo, na mesma escola, no mesmo hospital… Esse outro, meu vizinho, meu amigo, meu irmão, meu filho…?
Algumas são pessoas a quem julgo conhecer bem e de quem, aparentemente, poderia falar. Mas, por mais que eu pudesse dizer acerca delas, nunca diria verdadeiramente quem são; o outro é alguém que não se deixa encerrar em nenhum conceito ou representação; o outro é e permanecerá um desconhecido, desde logo, para mim mas também para si próprio.
O outro é rosto. Não o rosto físico, percepcionado, que poderíamos descrever; mas o rosto metafísico, infinito, exterior a toda a ordem, a todo o significado, que se anuncia, na sua epifania. A manifestação do rosto é linguagem, discurso, fala, significado.
Algumas são pessoas a quem julgo conhecer bem e de quem, aparentemente, poderia falar. Mas, por mais que eu pudesse dizer acerca delas, nunca diria verdadeiramente quem são; o outro é alguém que não se deixa encerrar em nenhum conceito ou representação; o outro é e permanecerá um desconhecido, desde logo, para mim mas também para si próprio.
O outro é rosto. Não o rosto físico, percepcionado, que poderíamos descrever; mas o rosto metafísico, infinito, exterior a toda a ordem, a todo o significado, que se anuncia, na sua epifania. A manifestação do rosto é linguagem, discurso, fala, significado.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Interculturalidade, para um diálogo entre culturas
Vivemos num mundo em que os grandes sistemas ideológicos já não respondem à organização e ao viver social. Tudo gira em torno da economia e dos mercados, num inexorável movimento de globalização que cria inevitáveis dezenraízamentos e sentimentos de exclusão; já não somos verdadeiramente de lado nenhum, ao mesmo tempo, que somos de todos os lugares. Este sentimento de não pertença, faz toda a diferença quando se trata de pensar as questões da convivência intercultural, na procura de uma perspectiva fundamentada que permita práticas sociais e cívicas concretas, para o enquadramento de leis, a definição de políticas e planos de acção, envolvendo pessoas reais – imigrantes, grupos étnicos, religiosos...
domingo, 24 de julho de 2011
Terror na Noruega
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Reciclar
Vejo-o passar com um caixote cheio de garrafas de vidro, presas com esticadores ao estrado da bicicleta. Tem quase setenta anos. Vai levá-las, como fazem muitos outros, mais novos e mais velhos, ao contentor respectivo para posterior reciclagem. É uma imagem que me vem intrigando, como é que a separação do lixo parece ser um sucesso nesta aldeia do interior, com gente tão idosa a aderir? Talvez não o façam pelas mesmas razões das pessoas da cidade ou dos mais novos, não sei se têm a consciência clara do que é reciclar, mas sei que a ideia de transformar, do velho fazer novo, de poupar, é algo que viveram na infância e juventude, quando os tempos eram difíceis e não havia abundância de nada. A simples ideia de servir para outra coisa, é suficiente para aderirem à reciclagem, parece-me a mim.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
O índio sábio
Hoje encontrei um índio. Estava vestido como o do postal, mas não era um homem de postal. Tinha uma história e quis contá-la. Alguns pararam para o ouvir e eu também parei.
Não me impressionou o seu ar diferente, a sua roupa estranha, as suas penas na cabeça, impressionou-me o que disse, porque parecia um homem sábio. Não quis falar dele mas do seu povo, não quis falar das suas coisas mas da terra de onde vinha e dizia que pertencia a todos.
Falou do passado e disse-nos que há muitos, muitos anos, mesmo muitos, todos eram irmãos nós e eles, ninguém queria as suas terras, ninguém incomodava as suas caçadas, ninguém corria atrás das suas vidas. Estavam juntos, viviam lado a lado respeitando a natureza, as árvores, os rios as montanhas e as florestas.
Alguém destruiu o que era deles, sem pedir ordem, sem pedir licença, sem consideração. Alguém invadiu e roubou os seus haveres. Isso é maldade.
Os índios não querem donos, nem patrões, nem homens brancos que apareçam a ensinar tudo e nada queiram aprender em troca, é que os índios têm muito que ensinar-nos.
Não me impressionou o seu ar diferente, a sua roupa estranha, as suas penas na cabeça, impressionou-me o que disse, porque parecia um homem sábio. Não quis falar dele mas do seu povo, não quis falar das suas coisas mas da terra de onde vinha e dizia que pertencia a todos.
Falou do passado e disse-nos que há muitos, muitos anos, mesmo muitos, todos eram irmãos nós e eles, ninguém queria as suas terras, ninguém incomodava as suas caçadas, ninguém corria atrás das suas vidas. Estavam juntos, viviam lado a lado respeitando a natureza, as árvores, os rios as montanhas e as florestas.
Alguém destruiu o que era deles, sem pedir ordem, sem pedir licença, sem consideração. Alguém invadiu e roubou os seus haveres. Isso é maldade.
Os índios não querem donos, nem patrões, nem homens brancos que apareçam a ensinar tudo e nada queiram aprender em troca, é que os índios têm muito que ensinar-nos.
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