Vejo-o passar com um caixote cheio de garrafas de vidro, presas com esticadores ao estrado da bicicleta. Tem quase setenta anos. Vai levá-las, como fazem muitos outros, mais novos e mais velhos, ao contentor respectivo para posterior reciclagem. É uma imagem que me vem intrigando, como é que a separação do lixo parece ser um sucesso nesta aldeia do interior, com gente tão idosa a aderir? Talvez não o façam pelas mesmas razões das pessoas da cidade ou dos mais novos, não sei se têm a consciência clara do que é reciclar, mas sei que a ideia de transformar, do velho fazer novo, de poupar, é algo que viveram na infância e juventude, quando os tempos eram difíceis e não havia abundância de nada. A simples ideia de servir para outra coisa, é suficiente para aderirem à reciclagem, parece-me a mim.
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