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sexta-feira, 29 de julho de 2011

...toda a humanidade é rosto, Lévinas

Quem é esse outro que me responsabiliza e me humaniza continuamente? Esse outro que ocupa o lugar a meu lado, em frente ou atrás de mim, no transporte público, na repartição, no teatro, na rua, na casa onde vivo… Esse outro que vejo sentado no muro de um qualquer lugar, que trabalha comigo no mesmo campo, na mesma escola, no mesmo hospital… Esse outro, meu vizinho, meu amigo, meu irmão, meu filho…?
Algumas são pessoas a quem julgo conhecer bem e de quem, aparentemente, poderia falar. Mas, por mais que eu pudesse dizer acerca delas, nunca diria verdadeiramente quem são; o outro é alguém que não se deixa encerrar em nenhum conceito ou representação; o outro é e permanecerá um desconhecido, desde logo, para mim mas também para si próprio.
O outro é rosto. Não o rosto físico, percepcionado, que poderíamos descrever; mas o rosto metafísico, infinito, exterior a toda a ordem, a todo o significado, que se anuncia, na sua epifania. A manifestação do rosto é linguagem, discurso, fala, significado.

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