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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Como é que o nazismo pode acontecer, no século XX, na Europa?

As teorias que tendem a explicar o nazismo, expressas no tribunal de Jerusalém, são três: a peça na engrenagem, a culpa coletiva e a voz da consciência.

- A peça na engrenagem: Eichmann, como outros, era um zeloso funcionário, cumpridor eficiente de ordens superiores. Obedecia a ordens, nunca agiu por iniciativa própria, ora, a obediência é uma virtude.

 Não sendo um líder nazi, este homem normal, podia ter sido substituído por outro qualquer cidadão alemão, igualmente zeloso e cumpridor, e aquela máquina de morte continuaria exatamente a funcionar da mesma maneira, com departamentos, hierarquias, cadeias de comando, do partido e do governo….

Peças desumanizadas, como se não vissem, não pensassem e não sentissem. cada um, a querer agradar ao superior, esperando uma eventual promoção profissional.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

O nazismo - a banalidade do mal



 Hannah Arendt fala da banalidade do mal, como algo inédito, que os nazis trazem à humanidade; uma maldade que não se questiona, que não leva a reações que nos pareceriam óbvias. Mesmo os que se opõem a Hitler, fazem-no por razões politicas e militares – a derrota da Alemanha é uma humilhação que não querem – e não por razões morais; não se opõem, porque se matam inocentemente milhões de pessoas, em frentes de guerra, em campos de concentração…


domingo, 18 de outubro de 2020

O radicalismo religioso

Na última sexta-feira, um professor francês foi morto, decapitado numa rua de Paris, com uma faca,  por um radical islâmico, alegadamente por ter mostrado numa aula imagens do profeta Maomé. O caso foi tratado como terrorismo, o assassino perseguido e morto pela polícia.

O que é isto? Como é que uma crença religiosa pode levar a isto? Temos de encontrar passagens, plataformas de diálogo; não podem existir culturas tão fechadas aos valores das sociedades livres e democráticas onde vivem.-

domingo, 11 de outubro de 2020

A peste da Covid-19

 Mudam os tempos, continuam os mesmos males: fome, peste e guerra.

A peste é hoje a pandemia covid-19 que atinge todos, mas não da mesma maneira. Digam lá se é igual ter coronavírus na Quinta do Ferro (zona degradada, no meio de Lisboa) ou ter a mesma doença numa vivenda do Restelo (zona chique de Lisboa). Não é, obviamente. A pandemia veio acentuar as desigualdades, mais de 100 mil desempregados, muito mais gente a recorrer ao banco alimentar, à Cáritas e outras organizações.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

O incêndio no campo de refugiados de Moria

Milhares de refugiados protestam em Lesbos após incêndios no campos
A saída forçada do campo, carregando o que resta 

 O incêndio no campo de refugiados de Moria, ilha de Lesbos, Grécia, mostra bem a precariedade em que viviam mais de 12 500 pessoas. Muitos ficaram sem nada, documentos, roupa, medicamentos…, pode lá haver emergência maior! 

Responsáveis políticos, ONU e instituições europeias estão já a movimentar-se. Vamos ver o quanto e de que maneira. Temo que a resposta seja outra vez precária. Seja outra vez tendas de lona , sobrelotação... 

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

A diversidade cultural da Europa

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Mapa da Europa

 Edgar Morin refere-se à Europa como “um universo de pequenos compartimentos culturais – locais, regionais, provinciais e nacionais – é o dialógico (um valor e o seu contrário) que está no coração da identidade europeia”.

 Isto faz com que a sua cultura comporte uma multiplicidade de línguas, tradições e costumes que fazem dela, necessariamente, um lugar de encontro e de partilha, mas, ao mesmo tempo, um lugar de tensões e de conflitos, por existirem expressões distintas do pensar, sentir e viver.

Em vez de redutos fechados, precisamos de diálogo e vivência intercultural.

sábado, 5 de setembro de 2020

Que estranheza é esta ?

ONU: crianças migrantes estão "em situações de alto risco de violações dos direitos  humanos" | TVI24
Imigrantes  fugindo à morte

 Longe de assumimos que, do ponto de vista dos direitos humanos,  todos caímos ao mar mediterrâneo, todos estamos detidos em campos de detenção para migrantes, todos resistimos em campos de refugiados, todos somos vítimas de guerras, discriminações, violência...,  todos somos apátridas, sem abrigo, sem terra, vítimas da pandemia que assola o mundo...,  continuamos a olhar-nos como estranhos. 

Estranho o vizinho do lado que desce comigo no elevador,  estranho a pessoa com quem me cruzo à saída de casa...