São dois irmãos, marcados pelo alcoolismo, que arrumam carros, há mais de vinte anos, à entrada de um centro comercial. Primeiro, contam as moedas para ver se já chegam para comprar tabaco. Depois, contam as moedas para ver se já chegam para comprar o que comer e beber (sempre vinho). Se é suficiente, compram comida, se é pouco comem pão sem nada ou com mortadela.
Uma vez perguntei-lhes:
- Têm família?
- Ele – aponta para o irmão – tem filhos,
mas não querem saber. Estamos a arrumar carros desde que a minha mãe morreu. Pedimos,
mas não roubamos nada a ninguém. Se o dia corre mal, esperamos até mais tarde e pessoas do
supermercado dão-nos comida.
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