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sábado, 26 de dezembro de 2020

Sem-abrigos, nas ruas de uma cidade (5)

 Tem 21 anos e foi abandonada pela mãe quando tinha quatro.

- A minha mãe seguiu a vida dela sem olhar para trás, deixou-me em casa do meu pai, mas como a minha madrasta não me via com bons olhos andei de um lado para o outro, uma vez na minha avó, outra no meu pai, até que um dia fugi e vim para aqui, para esta casa abandonada juntar-me a um grupo.

- Consumiam drogas?

- Claro, eu também; se não fosse a droga, não tinha ido para a prostituição. Quero sair disto, mas é impossível, quero uma vida como a gente normal. A assistente social sabe disso e prometeu-me arranjar lugar num albergue e um tratamento. Já lhe garanti que desta vez não fujo. Não fujo, como fiz da outra vez.

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