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quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Sem-abrigos, nas ruas de uma cidade (3)

 Visivelmente perturbado e com um discurso sem nexo, diz aos voluntários que tentam acalmá-lo:

- Tenho uma fortuna para receber, mas não posso, porque me roubaram os papéis do banco. Roubaram-mos aqui. Vou lá todos os dias, chamam a polícia e não me deixam entrar.

- Não quer uma sopa quente e o resto que aqui temos para si – diz-lhe um dos jovens.

- Não me chateiem, desapareçam, não preciso de nada…

- Fica aqui o saco; quando o senhor quiser come, não há problema.

Dos que vivem na rua, os doentes mentais são os mais frágeis dos frágeis. Nada se compara, a um delírio que permanentemente os atormenta.

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