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sábado, 15 de outubro de 2016

Bob Dylan, Prémio Nobel da Literatura

Não o conheço bem, mas dizem que foi (é) um autor de causas, que escreveu sobre a paz, os direitos humanos, a justiça, a dignidade humana...; que escreveu letras de canções que são poemas de grande valor literário.
Por tudo isto, que colocou ao serviço, durante décadas, da consciência do mundo, merece o Prémio Nobel da Literatura. 

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Sabedoria, um provérbio

Disse-me, com olhar sério, como se soubesse bem do que falava:
- O diabo é tão cego que se mete na igreja.

(Claro, pode lá haver sítio pior, para o diabo se esconder). Percebi tudo o que me queria dizer. Já abri os olhos.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Haiti, a natureza não dá tréguas

Penso que os demónios se uniram para conspirar contra este povo. Em 2010, foi aquele violento terramoto que levou muitos milhares de pessoas e destruiu praticamente tudo. Agora, o furacão que deixou também um enorme rasto de destruição. Espero que as Nações Unidas cheguem com a ajuda necessária para que aqueles que já começaram a sofrer (e alguns a morrer) de cólera e outras doenças possam salvar as suas vidas.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Palmas para António Guterres

Também eu aclamo Guterres. Fiquei feliz, porque acredito nele, sei que por mais interesses, entraves, linhas tortas, ele tem um caminho e não se vai desviar  dele. Espero que possa fazer reformas, impor ideias, tornar aquela organização capaz de responder atempadamente às crises, às emergências, aos desafios.

sábado, 24 de setembro de 2016

Um poema para a gente anónima que não ficou na história

Poema

Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas?
Nos livros lêem-se os nomes dos reis.
Mas terão os próprios reis carregado com as pedras?
E Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem a reconstruiu continuamente?
Em que casas de Lima, a doirada, moravam os operários?
E na noite em que se acabou a muralha da China,
Para onde voltaram os pedreiros?
Roma, a grande, está cheia de arcos de triunfo,
Por quem foram erguidos?
De quem triunfaram os Césares?
E Bizâncio, a tão cantada, só tinha palácios
para os seus habitantes?
Mesmo na lendária Atlântida, na noite em que foi tragada pelo mar, os senhores, a afogarem-se, gritavam ainda pelos escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias.
Sózinho?
César derrutou os gauleses.
Não teria com ele pelo menos um cozinheiro?
Filipe de Espanha chorou quando a sua armada foi ao fundo.
Então ninguém mais chora?
Frederico II foi vencedor da guerra dos Sete Anos.
Quem mais venceu?
Em cada página uma vitória. Quem fez os banquetes festivos?
Um homem célebre de dez em dez anos.
Quem pagou as despesas?
Tantas histórias,
Tantas perguntas.


(Bertolt Brecht)

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Os meninos de Aleppo

A criança síria, resgatada dos escombros de uma casa em Aleppo, após mais um bombardeamento (já nem sei de quem são as bombas, são tantos a disparar), sentada, quase irreconhecível, paralisada, no banco da ambulância que a levou ao hospital, parece estar a recuperar, enquanto o irmão não resistiu e já morreu.
A tua mudez é ensurdecedora, apela à responsabilidade do mundo. Oiço os teus gritos silenciosos e sinto-me responsável pelo que te está a acontecer, mesmo que pouco possa fazer, mesmo que tenha escrito muitas vezes contra os ditadores, os fundamentalismos, a guerra, a violência…; sinto que o que te aconteceu me diz respeito.
O pior ainda é que quase já ninguém se sente responsável; o pior é que as imagens de crianças denunciando e clamando pela consciência do mundo começam a ser tão banais que temo se tornem irrelevantes. Jantamos, conversamos, desligamos a televisão… e seguimos as nossas vidas como se os meninos de Aleppo e todos os outros meninos, vítimas de tantos abusos, fossem apenas imaginação.



segunda-feira, 22 de agosto de 2016

O uso do burquini

Sou contra. Poderia aduzir razões (muitas, até) mas de nada serviria, quando se trata de lidar com extremos. Não posso dizer que não seja sensível à justificação cultural, mas a mesma é válida para quem quer andar de monoquini ou sem nada, mesmo. Não poderia haver uma maneira de pensar um meio termo, saber o que uns e outros poderíamos reciprocamente aceitar, em sociedades em que temos de viver juntos? Não haverá maneira de encontrar pontos de cedência, sem que tudo desmorone, sem que qualquer espécie de diálogo se torne possível?