Percebemos, agora, como ninguém é
autossuficiente, como ninguém se pode isolar de todos e de tudo. Percebemos,
também, quão precária é a nossa saúde a nossa vida.
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terça-feira, 24 de março de 2020
A pandemia assusta
Dada a situação atual, parece que
todos somos potenciais portadores do vírus. Já não nos olhamos da mesma
maneira. A vida alterou-se por completo, até, nas aldeias pequenas, com meia dúzia
de pessoas. Mas, temos de comprar alimentos, medicamentos e fazer outras coisas
inadiáveis. Temos de quebrar o isolamento e ficar expostos, mais ou menos, ao
que nos pode acontecer, apesar, de todos os cuidados.
quinta-feira, 19 de março de 2020
A pandemia do novo coronavírus
Vemos bem, com a atual crise pandémica, várias faces da
globalização: há gente de todos os sítios em todo o lado; há bens essenciais de
que dependemos, por exemplo, para fabricar medicamentos, do outro lado do mundo,
na China. Tudo está interligado.
A Europa pareceu adormecida,
julgando que o vírus não chegava cá ou não teria o impacto que está a ter. Os
sistemas de saúde, até os mais avançados, revelam-se impotentes. Ronda a
exaustão e a morte. É triste.
O pior, é que estamos longe de
saber o que vai acontecer; temo que seja longa esta crise e que à epidemia do vírus
se juntem o medo e a ansiedade e tragam, a muitas pessoas, complicações a
outros níveis de saúde.
Por mim, cumprirei o que as
autoridades de saúde e de outras instituições do Estado ordenarem. Parece não
restar outra coisa.
segunda-feira, 9 de março de 2020
Dia Internacional da Mulher
Ontem, 8 de março, foi o dia Internacional da mulher, na luta cívica de todos por direitos iguais. Nas sociedades modernas, democráticas..., a luta é já mais por atitudes e ações concretas do que por direitos; mas há sociedades, lembro as islâmicas mas há mais, onde a luta é ainda ao nível dos mais elementares direitos.
domingo, 1 de março de 2020
O discurso da extrema-direita
O atentado da semana passada, na
Alemanha, levado a cabo, por um radical da extrema direita, num bar frequentado
maioritariamente por turcos, com um discurso e um manifesto racista no
computador, matou seis pessoas.
Neste clima de intolerância, ódio
e xenofobia, começamos a achar normal o que acontece, aceitamos a desculpa de
se tratar de um doente mental e já não reagimos com a força necessária.
Deixamos passar discursos contra as minorias, os ciganos, os turcos, os gregos…
porque não são e não vivem, neste caso, como os alemães entendem que devem
viver.
Um dia qualquer, esta ideologia
que já chegou à política e aos parlamentos europeus mostra do que é capaz. Não
aprendemos nada com o nazismo e todos os totalitarismos.
domingo, 23 de fevereiro de 2020
O racismo no futebol e no mais…
Sucessivos relatórios da ONU
mostram que o racismo é a discriminação com maior incidência. É tão comum, que
se banalizou e não parece incomodar-nos muito, a não ser que tome proporções
públicas e mediáticas, como no caso de Marega, o jogador do futebol clube do
Porto.
Se Marega, não tivesse abandonado
o campo, nada de substantivo, em relação ao racismo no desporto, teria
acontecido. Era mais uma tarde ou noite de atitudes e manifestações racistas,
contra profissionais de futebol. Mas, Marega saiu, porque não aguentou mais.
Eu percebo, porque há um ponto,
em que o individuo perde, de tal modo, a sua autonomia, a sua capacidade de
fazer seja o que for, que a sua dignidade é atingida, ao ponto da humilhação.
Humilhar, pisar em alguém, é o pior que há.
A humilhação é a desumanidade em
último grau. Marega, não se deixou humilhar, até ao limite da impossibilidade
de reação. Ainda bem que saiu. Os outros companheiros de equipa e respetivos
dirigentes deviam ter feito o mesmo. Mas há lá valor mais importante que os
três pontos no final do jogo!
Etiquetas:
racismo,
violência no desporto
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020
A diretiva da Procuradora-Geral da República
A separação de poderes (legislativo,
executivo e judicial) devia ser inviolável, nas democracias, mas parece que não
é o que acontece.
A atual Procuradora-Geral da República,
com a célebre diretiva que obriga os procuradores a cumprir o que o superior
hierárquico determinar, sem que isso fique registado no processo, criou um
inevitável mal-estar.
A novidade aqui é o não ficar
registado. Por exemplo, no processo de Tancos, quando os procuradores quiseram
ouvir o Primeiro-ministro e o Presidente da República e não o puderam fazer, por
ordem superior, deixaram isso escrito no processo. A partir de agora, não o podem
fazer, se a diretiva, entretanto suspensa, vingar.
Os políticos fazem as leis, mas não
podem aplicar a justiça; aquilo a que estão obrigados é a criar as condições
necessárias, para uma justiça que trate todos por igual. Se o poder político
não dá meios, se não se investiga, e não pode haver nem arguidos nem condenados.
Desde 1994 que existe uma lei
anticorrupção, em Portugal, mas de pouco valeu. Houve um Procurador-Geral,
Pinto Monteiro, que se esqueceu que a lei existia. Só com Joana Marques Vidal se
viu que os poderosos não estavam acima da lei; a atual procuradora parece retroceder
nesta tarefa contra os corruptos, com diretivas deste género que diminuem a
autonomia dos procuradores e tornam tudo mais opaco.
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020
O rapaz tatuado
Reparei que o rapaz, sentado a meu lado, no metro, tinha o
continente africano e a ilha de Madagáscar (vejam o pormenor) tatuadas no
pescoço, atrás da orelha direita.
Por que é que um jovem de origem africana, muito menos de
vinte anos, de terceira ou quarta geração, faz uma tatuagem destas? Não é nostalgia,
dificilmente alguma vez terá estado lá; também não parece rebeldia, mas é
afirmação de algo…
Fazem-no por um sentimento de pertença a uma cultura, a um
povo, a uma identidade…, de que precisam, mesmo que isso pareça estranho para
os de fora. Aquela tatuagem não pode deixar de ter, para ele, um sentido.
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