Sucessivos relatórios da ONU
mostram que o racismo é a discriminação com maior incidência. É tão comum, que
se banalizou e não parece incomodar-nos muito, a não ser que tome proporções
públicas e mediáticas, como no caso de Marega, o jogador do futebol clube do
Porto.
Se Marega, não tivesse abandonado
o campo, nada de substantivo, em relação ao racismo no desporto, teria
acontecido. Era mais uma tarde ou noite de atitudes e manifestações racistas,
contra profissionais de futebol. Mas, Marega saiu, porque não aguentou mais.
Eu percebo, porque há um ponto,
em que o individuo perde, de tal modo, a sua autonomia, a sua capacidade de
fazer seja o que for, que a sua dignidade é atingida, ao ponto da humilhação.
Humilhar, pisar em alguém, é o pior que há.
A humilhação é a desumanidade em
último grau. Marega, não se deixou humilhar, até ao limite da impossibilidade
de reação. Ainda bem que saiu. Os outros companheiros de equipa e respetivos
dirigentes deviam ter feito o mesmo. Mas há lá valor mais importante que os
três pontos no final do jogo!
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