Saída da cidade de Nova Lisboa, hoje Huambo
Mas é certo que não se fazem revoluções, para que nada mude. Intuem uma tragédia, sobretudo a mãe que repetia, sem parar: -“Temos de sair, temos de sair”!
O pai debatia-se, entre o
sair de imediato, deixando tudo atrás, sem organizar o mínimo que fosse ou
ficar na cidade, até à próxima saída, também, em coluna militar, empacotando
uma vida, em malas e caixotes que chegariam ou não a algum sítio. A aflição da
mãe era tal, que decidem partir.
O que fica atrás, é nada,
quando se teme pela própria vida. Levam alguma roupa, coisas pessoais,
fotografias, livros.... Ficam a casa, os móveis, o jardim, o cão…; os olhos do
cão, a corrida desenfreada, os uivos de aflição …, fizeram com que aquela saída
fosse ainda mais dolorosa, longe de pensarem no que iriam viver, muito
proximamente.