Passadas horas, dias ou semanas, voltaria ao texto, sabia-o, como se um oculto desejo, um apelo de redenção, mesmo passados quarenta anos, a levassem irremediavelmente a isso, desnudando-se, numa proximidade, com o que era e tinha sido, que muitas vezes a surpreendia.
Às vezes, parecia uma estrangeira para si mesma. E pensava: «Somos, todos, muito mais do que o que aparentamos ser. Habita-nos um infinito, nem sempre dizível ou fácil de dizer. Um desafio que talvez não fosse capaz de levar a cabo. Sabia-o. Eram muitas as amarras, as dúvidas e as nódoas negras.
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