Quantas vezes, Ana, imaginou histórias alegres, vidas felizes, risos contagiantes…, mas sempre, eram páginas para deitar fora. Escrever sem paisagens, sem amanheceres luminosos, entardeceres intensos, mares sem fim…, escavando vidas, interiores recônditos, lá, onde a marca é funda e teima em permanecer, não era apenas uma contingência, era uma necessidade.
Escrever sobre a perda, a morte, a exploração, a violência, a guerra…, parecia um destino – o seu destino. Aceitava-o, mesmo que tivesse, muitas vezes, de fugir dos seus abismos, fechar o computador, arrumar papéis e cadernos, sair do quarto e desligar-se de tudo, por não aguentar mais.
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