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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Novo blogue

Ontem dei início a um novo blogue onde pretendo escrever sobre a minha estadia em Moçambique. Chama-se "Moçambique: rostos do ìndico", Se alguém estiver interessado pode aceder em http://www.mocambiquerostosdoindico.blogspot.com/

Repressão na Líbia, já anunciada

O grande chefe já veio dizer que terá tolerância zero com quem se manifestar nas ruas de Tripoli. Não duvido,  Todos sabemos do que é capaz, mas chega uma hora, quando a desesperança é absoluta, que nada há  a perder, ou melhor há tudo a perder, atinge-se um ponto de não retorno.  Ver estes ditadores manobrarem, corromperem, comportarem-se como donos  dos países, dos povos e até das consciências, é uma infâmia. Bravos manifestantes que lutam nas ruas!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Egipto, a desejada democracia

Mubarak cedeu e saiu de cena. Já não era em tempo, há muito que o devia ter feito. É a velha história do poder e de quem o exerce, para alguns (ditadores) não há limites. A festa foi grande nas ruas, mas a esperança e as expectativas são ainda maiores. O povo quer tudo a que tem direito, e já. Não é possível. É preciso uma nova constituição, eleições livres e justas, instituições democráticas, liberdades civis e politicas, direitos sociais e económicos, o respeito intransigente  pelos direitos humanos, A lição do Egipto que outros países árabes seguirão tem de ser um exemplo, há muitos perigos à espreita.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dignidade

A dignidade não é um conceito simples, apenas, da ordem do racional, dos princípios objectivos – liberdade, respeito, justiça – incorpora também valores subjectivos, da ordem dos sentimentos, das crenças e das convicções mais profundas que determinam o modo como as pessoas se vêem e se  valorizam a si mesmas e querem que os outros as vejam e valorizem, diz tudo sobre o que somos e também sobre o que queremos ser. Cada um ao questionar-se sobre: - O que há em mim que jamais poderei pôr em causa, sem deixar de ser eu próprio? O que guardo eu, no reduto mais escondido de mim mesmo? – encontrará respostas, pertença a que lugar, cultura ou religião pertencer.
Por isso, quando dizemos: “Sou isto e não aquilo que os outros querem que eu seja, determino o meu viver pelos meus valores, as minhas crenças e os meus sentimentos”, falamos do que verdadeiramente nos faz a pessoa que somos. A nossa dignidade é algo inviolável, não a podemos suspender, ferir, maltratar, negociar, trocar…, nem deixar que outros o façam. A dignidade não tem preço, porque não tem equivalente, nada a substitui. “No reino dos fins, tudo tem um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem um preço, pode pôr-se, em vez dela, qualquer outra coisa como equivalente; mas quando uma coisa está acima de todo o preço, e portanto não permite equivalente, então, ela tem dignidade.” (Kant, 1991:77).

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Camané: o dom da voz

Ontem fui ouvir Camané ao teatro São Luís, e valeu a pena. Cantou  sobretudo temas do último disco, sobre as coisas do amor, do desamor, da dor e da raiva,  como disse. Cantou poetas e outros autores. Mas o que toca verdadeiramente é a sua voz, há alturas que parece tocar o sublime, algo que sou incapaz de descrever; algo que me toca, me envolve e me emociona. Ninguem canta como Camané.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Difícil diálogo

Se eu pudesse acabava com as grandes construções teóricas que têm servido para falar das pessoas e das suas vidas, sem tocarem verdadeiramente no essencial. Passava a falar de ti, de mim, de nós, aqui, agora, num contexto marcado por condicionalismos que nenhuma teoria pode explicar, por serem algo de novo, de diferente, de renovado, como corresponde à existência do humano.
Se calhar, acabava também com alguns adjectivos – espertos, inteligentes, maravilhosos, delinquentes, racistas... – e até com frases que de tão banalizadas se tornaram vazias - todos diferentes, todos iguais ...  – e procurava, apenas, histórias verdadeiras, contadas de forma simples, a ver se, de uma vez por todas,  nos podemos entender.

Mortos e feridos, no Cairo

O mundo assiste  estupefacto. Por momentos, acreditámos que aquele movimento podia conduzir o povo a uma revolução pacífica,  envolvente,  sem exclusões, tiros e mortes. Mas não aconteceu. Mubarak que não sai,  um grupo pró, instruído ou não pelo regime, irrompe na praça e agride, confronta, assusta... Nada é já previsível. Tristes ditadores!