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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Terror e Morte, num aeroporto de Moscovo

O terrorismo aí está, matando de novo.  É um  gravíssimo problema de direitos humanos e de cidadania global; é um gravíssimo problema de política internacional. Os homens e mulheres bomba, suicidas em nome de uma crença, de uma ideologia ou do que seja, têm família, contextos, vidas... mas parece nada contar, parece nada ser importante. Por que se deixam armadilhar?  Por que escolhem morrer e matar? Alguma coisa tem de estar muito errado nessas sociedades fechadas que não entendem a impossibilidade de fugir da complexidade contemporânea e  pretendem reduzir  tudo (o privado, o público e o político)  ao âmbito de uma crença.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

José Barata Moura

Quando ontem vi na televisão o Professor Barata Moura (mandatário nacional de Francisco Lopes), rememorei as aulas de Filosofia do Conhecimento, no auditório 2 da Faculdade de Letras, há muito tempo atrás.  Sempre carregado de livros, aulas muito preparadas,  atento, acessível, muito bom professor. Fazia das intervenções dos alunos (muitas vezes desinteressantes, mal formuladas...) momentos de verdadeiro diálogo  filosófico, reconduzindo-as sempre para qualquer ponto essencial. Muito poucos professores o conseguem ou se preocupam em fazê-lo.   Fico a pensar como é que um homem como o Professor Barata Moura , com todas as ferramentas intelectuais que tem (ou talvez por isso), continua  crente na ideologia comunista. Digo crente, mas sei bem que ele encontra razões.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Veio para estudar, fugir de um destino

É uma menina de catorze anos. Corpo de adolescente, alta, magra, cabelo muito curtinho. O andar um pouco desajeitado, sempre de telemóvel na mão, um pouco agitada e com um olhar triste.
Está no colégio há menos de um ano. Veio, porque a tia achava que ela só brincava – diz-me. Veio para estudar, passou para a 6ª classe, mas com dificuldades enormes de leitura e escrita. Talvez, tenha vindo para não se perder numa qualquer estrada ou esquina da vida. Veio, porque precisava sair de um ambiente que não podia ajudá-la. Isso é certo.
Temendo que seja órfã e não sabendo até que ponto quer ou não falar sobre isso, nada pergunto, espero que fale, o máximo a que me atrevo é perguntar-lhe: “quantos irmãos tens”?
- “Tenho dois irmãos, eu sou a mais velha, eles são mais novos, vivia com a minha avó, os meus irmãos estão com os pais deles. A minha mãe morreu, o meu pai morreu, o meu avô morreu...”
Sinto um calafrio, até onde irá a lista que parece interminável? Fico em silêncio. O que sei eu?  Imediatamente, pensamos que foi a sida que os levou, mas talvez tenham morrido de malária, de desastre rodoviário ou de outra qualquer doença. A causa da morte não é indiferente, por estes lados, há um estigma, um não dito, que acompanha a vida destas crianças, cujos pais morreram de sida, como se, por não se nomear, tal doença desaparecesse. Ela carrega um grande sofrimento, mas não um destino. Por isso, está aqui.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A campanha eleitoral

Parece grande o desinteresse pelas eleições  presidenciais, apesar da crise, da dramatização e  de algum folclore, até. Votar é um direito e um dever de cidadania, ouvimos isto repetidamente.  Não é uma obrigação no sentido legal, cada um saberá o que fazer ou seja a questão é de consciência cívica individual. 

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Nas ruas de Tunes

Há  uma emoção que tomou conta das ruas e da gente, há pessoas de lágrimas nos olhos, jovens que abraçam polícias, mulheres e homens que falam, reivindicam,  exprimem ideias, sentimentos...  Quando assim é, que mais há a dizer? Esperar, apenas, que os novos dirigentes não defraudem, mais uma vez, o povo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Tunísia, quando o povo não aguenta mais

A democracia é, em África, sempre, algo periclitante. Apesar de eleições, de instituições ditas democráticas, os "Presidentes" eternizam-se no poder, fazem do interesse público interesse próprio, criam clãs de amigos e familiares, dominam tudo, a política, a economia, os negócios, etc. Era o caso do Presidente tunisino, agora exilado na Arábia Saudita, há 23 anos no poder. Enquanto ele e uma minoria enriqueceu e roubou, o povo sobreviveu, esperou e desesperou. A revolta foi inevitável.

sábado, 15 de janeiro de 2011

A violência, e tudo o mais

Habitam-nos demónios. Não sabemos quem somos. Há um limite, uma insuportável margem, que nos  coloca frente ao pior de nós. Uns conseguem  parar a tempo, outros não. O que aconteceu, naquele  quarto de hotel de Nova Iorque, é incomensurável. Triste e horrendo demais!  Há duas vítimas, eu vejo assim. De algum modo, até, todos somos vítimas.