A igualdade: as democracias partem
do princípio de que todas as pessoas são iguais em dignidade e direitos - aspecto
consagrado, logo, no 1º artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os
governos democráticos devem assegurar as condições necessárias - através de
leis, instituições... - para que todos tenham igualdade de oportunidades.
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quarta-feira, 17 de abril de 2019
Valores democráticos - a liberdade e a igualdade
terça-feira, 16 de abril de 2019
Escravatura (4)
O silêncio
imposto aos que assistem não pode ser mais perturbador, ainda que os olhos, rasos de água, denunciem a tristeza e a raiva que os consomem por dentro. A que
ponto chegam as leis inumanas e a demência de alguns!
Mas, nenhum
destes homens deixou de ser gente, e alguns
são fortes, muito fortes – é que há alturas em que uma pessoa não pode mais
continuar de cabeça baixa – e ousam enfrentar o senhor: reúnem-se, combinam,
planeiam a fuga.
Lá fora, estão os quilombos. Lá fora, está a liberdade, sempre
sonhada, mas quase nunca possível. Quem
poderá ajudá-los? Talvez, alguns negros já libertados, talvez algum
abolicionista. Esperam. Resistem.
domingo, 14 de abril de 2019
Escravatura (3)
Século XVIII, numa qualquer fazenda de café, cacau, algodão ou
plantação de açúcar, multidões de negros vivem reduzidos à força de trabalho.
Cabeça baixa, sempre em atitude de submissão: - "Sim senhor, sim senhor.
Está bem, senhor". Uma vida inteira debaixo do mesmo sol, da mesma poeira,
da mesma desumanidade. Sem família, sem escola, sem documentos.
- "Você me desobedeceu". Tronco, chibata,
espectáculo público, para que todos vejam o que acontece a quem enfrenta o
senhor ou as ordens do feitor, essa figura sinistra de que todos os cobardes
mandantes precisam. Sofrem até ao limite, no corpo e na alma, caem
inconscientes, irremediavelmente estropiados e muitas vezes mortos. Mas que
importa, são mercadoria! Lamenta-se apenas o prejuízo: - "Era um escravo
forte, bom para o trabalho. Tanto dinheiro que dei por ele"!
terça-feira, 9 de abril de 2019
Escravatura (2)
Durante quatro séculos, milhões de seres
humanos cruzaram o Atlântico, de África para as Américas, em viagens de
desespero e de morte, onde cerca de 40% morriam. Os que sobreviviam eram utilizados
como força de trabalho, nas plantações de café, nos engenhos de açúcar ou em
outras explorações agrícolas ou mineiras. Um dos destinos mais marcantes, foi o Brasil; primeiro
com os portugueses, na 2ª metade do século XVI, depois com os holandeses que
levavam escravos das colónias africanas, para as senzalas brasileiras (aquela espécie de casa), onde
viviam, sem quaisquer direitos, torturados e acorrentados, de onde só saiam para trabalhar. Foi assim até quase finais
do século XIX.
Etiquetas:
Brasil,
escravatura,
senzalas
segunda-feira, 8 de abril de 2019
Escravatura (1)
Recordo o que me disse uma professora de História caboverdiana
quando visitei com ela o Forte da Cidade Velha, antiga capital do arquipélago, a primeira cidade europeia em África e um enorme entreposto de compra e venda de escravos:
-"Não podemos analisar o passado, com os olhos de hoje; o que se passou há séculos, teve um enquadramento, umas razões, que precisamos conhecer e situar na época. A escravatura e o tráfico negreiro não começou com os portugueses, nem terminou com eles..."
-"Não podemos analisar o passado, com os olhos de hoje; o que se passou há séculos, teve um enquadramento, umas razões, que precisamos conhecer e situar na época. A escravatura e o tráfico negreiro não começou com os portugueses, nem terminou com eles..."
Não é por isso que pode haver desculpabilização. Eu não vejo assim; para mim, compreender a história não pode ser desculpar
atrocidades; não pode ser aceitar o tratamento de seres humanos como se fossem simples mercadoria.
quarta-feira, 3 de abril de 2019
Um Poema de José Craveirinha - lembrando Moçambique
UM HOMEM NÃO CHORA
Acreditava naquela historia
do homem que nunca chora.
Eu julgava-me um homem.
Na adolescência
meus filmes de aventuras
punham-me muito longe de ser cobarde
na arrogante criancice do herói de ferro.
Agora tremo.
E agora choro.
Como um homem treme.
Como chora um homem!
do homem que nunca chora.
Eu julgava-me um homem.
Na adolescência
meus filmes de aventuras
punham-me muito longe de ser cobarde
na arrogante criancice do herói de ferro.
Agora tremo.
E agora choro.
Como um homem treme.
Como chora um homem!
terça-feira, 26 de março de 2019
A redistribuição da riqueza - um dos maiores problemas do mundo
Quando olhamos as imagens da tragédia moçambicana, vemos bem
o que é não ter nada; vemos bem o que significa salvar um alguidar e uma panela
que pode significar a única maneira de uma família continuar a
sobreviver.
O fosso, entre ricos e pobres, é inaceitável. Todos o sabem,
mas que importa! Aquando da reunião de Davos, soube-se, através de um
estudo da Oxfarm, que 26 pessoas detêm fortunas iguais a 50% da população mais
pobre. Portanto, a redistribuição da riqueza é um logro, as desigualdades vão, todos
os anos, aumentando, concentradas em cada vez menos pessoas.
Este sistema político capitalista não funciona, em vez
de transparência, cria opacidade, com os que mandam no mundo e na riqueza a
protegem-se uns aos outros.
Etiquetas:
justiça social,
política; desenvolvimento,
redistribuição
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