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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A Líbia, os direitos humanos

Organizações internacionais, a própria ONU, pediram já um inquérito à morte de Kadhafi. Para a civilização, para a construção de valores universais de justiça penal e de cidadania global, era importante que Kadhafi tivesse sido julgado pelo TPI (Tribunal Penal Internacional). O modo como os novos dirigentes líbios tratarem a questão dos direitos humanos dirá muito do que pretendem fazer e do futuro daquele povo. Temo que a referência, ontem, à sharia, lei muçulmana, traga fundamentalismos desnecessários. Outro abuso já evidente tem a ver com o modo como têm vindo a tratar muitos subsarianos, a quem acusam de mercenários de Kadhafi. .

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Kadhafi, o fim

Eu que abomino ditadores, assassinos, e que já várias vezes aqui escrevi sobre Kadhafi, gostaria que o tivessem capturado e entregue ao TPI (Tribunal Penal Internacioal), para ser julgado e condenado, embora fosse quase certo que uma vez apanhado seria morto, é a psicologia humana a funcionar.   O meu argumento é sempre o mesmo, mostrar a todos os ditadores do mundo que há leis e instituições internacionais que  funcionam e punem quem merece e deve ser punido, que não estão a salvo, que há forma de os responsabilizar.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O movimento dos indignados

Falha tudo, falham os Objectivos do Milénio,  definidos pela ONU, um deles era a erradicação da pobreza até 2015, falham os governos, falha a política, falha  uma ideia de globalização que mais não fez que encher os bolsos dos especuladores do dinheiro. Não se percebe, o mundo parece um baralho de cartas, prestes a desmoronar-se. E o pior é que não há soluções, é já certo que as altas instâncias não sabem o que fazer. O povo percebe isso e começa a mexer-se, os cidadãos manifestam-se, ocupam as ruas, as praças, indignados com o que está a acontecer e com o que virá por aí.

domingo, 16 de outubro de 2011

Fome, são milhões

Catorze milhões de pessoas, nos países do  chamado Corno de África -  Somália, Quénia, Etiópia -  em situação de  subnutrição, por causa da seca e das más condições alimentares.  Os refugiados somalis que fogem de um país em total caos, onde  sobreviver é impossível, são o grupo mais vulnerável, andam centenas de quilómetros, a pé, até encontrarem um campo de refugiados, no Quénia, onde pelo menos terão uma ajuda de emergência, comida, medicamentos e uma tenda  para se abrigarem. Parece pouco, e é, mas para eles é a diferença entre a vida e a morte.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Ficava-lhe tão bem, a blusa

Era uma blusa de algodão muito fininha, de uma malha rendilhada, verde alface, pouco forte, muito bonita, que lhe ficava muito bem. Poucas vezes tinha  sido vestida, estava nova, embora tivesse já muitos anos. Sempre viajava com a dona, em viagens, em férias, mas depois não era vestida, por ficar curta, talvez.
- Tenho uma blusa bonita, quase nova, mas não sei se te serve?
- Serve, de certeza; posso experimentar.
- Vou buscá-la e se te ficar bem, podes ficar com ela. Finalmente, a blusa verde alface ia servir para alguma coisa. Podia sair da mala, percorrer as ruas, ir à escola, ao mercado, e quem sabe, até, às festas. Iria ser usada, ter o destino que merecia, afinal.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Demagogia e o mais

O buraco financeiro na Madeira é enorme, não se esperava tanto, embora, para o comum dos mortais, que visitasse a ilha, fosse perceptível a impossibilidade daquele desenvolvimento ser sustentável. Mas, o que mais incomoda é o tom desafiador do presidente do governo regional, como se o que fez fosse uma coisa de somenos, usando toda a demagogia e todo o populismo: tudo em nome do povo, para o povo - escolas , hospitais, centros de dia, lares da terceira idade..., nenhum esbanjamento, nem um cêntimo mal gasto. Tristes políticos! 

sábado, 17 de setembro de 2011

174, Última Parada

É um filme sobre meninos da rua, no Rio de Janeiro. Tem tudo o que estamos à espera: violência, tráfico, consumos, roubos, favelas..., a sobrevivência mais absoluta. O que mais impressiona é a escalada de uma criança, Ale, no mundo do crime. Impressiona ver como se perdem valores, sentimentos, referências..., como se passa por cima de tudo, como se engana, mente, trafica, mata...e, consequência inevitável, um dia é-se também assassinado. Ale foi capturado e morto a tiro pela polícia, na última paragem do  autocarro 174, quando levava a cabo mais um sequestro.  Assistir à desumanização  deste jovem, quase criança, sem que ninguém tenha podido fazer nada, nem a  (suposta) mãe que, julgando ser o filho que o pai lhe tirara dos braços ainda criança, faz tudo, tudo mesmo, para o recuperar; nem Valquíria, a senhora da associação,  que, embora não desistindo dele, lhe diz, "não posso ajudar quem não quer ser ajudado". Há na vida do jovem uma espécie de precipício,  um buraco negro, sempre cada fez mais fundo, de que nunca se vislumbra vontade de sair, como se uma inevitabilidade lhe perturbasse o ser e lhe marcasse o destino.