Onde iria
parar? não é primeira vez nem será a última, como dominar aquela ansiedade,
aquele quase desequilíbrio emocional, que cada vez mais a põe num estado incapaz
de se relacionar com alguém. Podia fugir de todos, fechar a porta, a televisão,
tomar um comprido e dormir, mas, mesmo assim,: como fugir de si própria?
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sexta-feira, 12 de setembro de 2014
terça-feira, 9 de setembro de 2014
O jovem argentino que vinha do festival da Idanha
- Já é Lisboa?
- Não, é Santarém
- Falta muito
para Lisboa?
- Mais ou menos
100km. Nunca veio a Lisboa?
- Não, não
conheço.
Assim começou
um diálogo muito interessante, até à estação do Oriente, com o jovem sentado a
meu lado que vinha do festival da Idanha, que entendi ser de correntes
alternativas de vida.
É claro nele um
estilo de vida alternativo, mas há uma delicadeza nos gestos e um sorriso e uma
gargalhada que criam empatia e proximidade.
Contesta a
sociedade contemporânea, as suas instituições e os seus sistemas económicos e
políticos; fala-me de liberdade, de paz, de justiça, de amor, da comunhão com a
natureza…
Interesso-me. Quantas
vezes já ouvi e li sobre utopias? Muitas.
Mas esta é uma
utopia que tem um desprendimento e uma distância encantatórias; não parece existir urgência, é a crença de que
a mudança é inevitável, pela tomada de consciência de que não podemos seguir
como estamos.
Fala-me da
namorada espanhola que ainda não conseguiu fazer a opção e como compreende isso.
Tento ver se há
uma racionalidade ou apenas uma crença inconsequente. Tem um discurso
estruturado, convicto, é culto, tem um curso superior, é professor, trabalhou
num banco…, ou seja, não é um marginalizado, mesmo que tenha escolhido como
tantos outros viver numa margem que acredita possa ser um caminho futuro.
Fiquei curiosa, estou tão instalada na minha vidinha que não deixo que me
surpreendam com facilidade, e este jovem conseguiu.
Um abraço para
ele, lá onde estiver organizando ou participando em mais um festival.
Etiquetas:
liberdade,
modo de vida,
vidas
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
O público e o privado, a propósito de Judite Sousa
Talvez, não
tenha razão e a jornalista nada tenha feito para este alarido. Mas, parece-me
despropositado o modo como voltou, tanta publicidade, tanto anúncio, tantas
chamadas de atenção do canal de televisão onde trabalha, tanto ganho de
audiências, tanto comentário…; mas, também, tanta capa de revista…
Este aparente marcar
pontos é o quê? Foi ela que instrumentalizou a estação ou foi a estação que a
instrumentalizou a ela? Foi ela que usou as revistas ou foram as revistas que a
usaram a ela? Ou a palavra instrumentalizar é verdadeiramente despropositada?
Haverá
respostas em diferentes sentidos, e muitas formas de ver a questão, mas ao que
não podemos fugir é à referência de que há sempre um confronto de princípios e
de interesses, entre um dever ser e algo que interessa que seja. Foi assim, é
assim, e quase nunca ganham os princípios.
O espaço público
é onde a autonomia é condicionada por regras, instituições, relações sociais normalizadas;
enquanto, o espaço privado é onde somos verdadeiramente livres de escolher agir
conforme o nosso sentido de bem e de felicidade, onde cada um decide como quer viver.
Portanto, se é
muito ténue a linha entre público e privado, no caso de figuras mediáticas e
socialmente relevantes, neste caso, a linha é clara: o modo como vive o luto
pela morte do filho é algo absolutamente privado, a não ser que a própria decida
que assim não é.
Etiquetas:
publico e privado,
tensões da praxis
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