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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O público e o privado, a propósito de Judite Sousa


Talvez, não tenha razão e a jornalista nada tenha feito para este alarido. Mas, parece-me despropositado o modo como voltou, tanta publicidade, tanto anúncio, tantas chamadas de atenção do canal de televisão onde trabalha, tanto ganho de audiências, tanto comentário…; mas, também, tanta capa de revista…
Este aparente marcar pontos é o quê? Foi ela que instrumentalizou a estação ou foi a estação que a instrumentalizou a ela? Foi ela que usou as revistas ou foram as revistas que a usaram a ela? Ou a palavra instrumentalizar é verdadeiramente despropositada?
Haverá respostas em diferentes sentidos, e muitas formas de ver a questão, mas ao que não podemos fugir é à referência de que há sempre um confronto de princípios e de interesses, entre um dever ser e algo que interessa que seja. Foi assim, é assim, e quase nunca ganham os princípios.
O espaço público é onde a autonomia é condicionada por regras, instituições, relações sociais normalizadas; enquanto, o espaço privado é onde somos verdadeiramente livres de escolher agir conforme o nosso sentido de bem e de felicidade, onde cada um decide como quer viver.
Portanto, se é muito ténue a linha entre público e privado, no caso de figuras mediáticas e socialmente relevantes, neste caso, a linha é clara: o modo como vive o luto pela morte do filho é algo absolutamente privado, a não ser que a própria decida que assim não é.