Talvez, não
tenha razão e a jornalista nada tenha feito para este alarido. Mas, parece-me
despropositado o modo como voltou, tanta publicidade, tanto anúncio, tantas
chamadas de atenção do canal de televisão onde trabalha, tanto ganho de
audiências, tanto comentário…; mas, também, tanta capa de revista…
Este aparente marcar
pontos é o quê? Foi ela que instrumentalizou a estação ou foi a estação que a
instrumentalizou a ela? Foi ela que usou as revistas ou foram as revistas que a
usaram a ela? Ou a palavra instrumentalizar é verdadeiramente despropositada?
Haverá
respostas em diferentes sentidos, e muitas formas de ver a questão, mas ao que
não podemos fugir é à referência de que há sempre um confronto de princípios e
de interesses, entre um dever ser e algo que interessa que seja. Foi assim, é
assim, e quase nunca ganham os princípios.
O espaço público
é onde a autonomia é condicionada por regras, instituições, relações sociais normalizadas;
enquanto, o espaço privado é onde somos verdadeiramente livres de escolher agir
conforme o nosso sentido de bem e de felicidade, onde cada um decide como quer viver.
Portanto, se é
muito ténue a linha entre público e privado, no caso de figuras mediáticas e
socialmente relevantes, neste caso, a linha é clara: o modo como vive o luto
pela morte do filho é algo absolutamente privado, a não ser que a própria decida
que assim não é.
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