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segunda-feira, 16 de agosto de 2021

O sismo no Haiti : a repetição da tragédia

 (Houve há dois dias  um sismo, no Haiti. Quando olhamos as imagens vemos destruição e morte (já mais de 700 pessoas), mas não  comparável ao que ocorreu há dez anos, em que houve 300 mil mortos. Republico um texto que escrevi nessa altura; dói perceber que a precariedade daquele povo é quase a mesma).

Haiti, os meninos de ninguém 

Queria escrever sobre o inferno do Haiti, mas não sou capaz. Dizer o quê? 

Dizer que tenho vergonha de pertencer a essa parte do mundo que deixa, que permite, que existam, em 2010, países como o Haiti, com este nível de pobreza, subdesenvolvimento, fraqueza ou inexistência das instituições fundamentais do Estado…; dizer que sou incapaz de compreender que se atulhem, no aeroporto, milhares de toneladas de ajuda humanitária e a mesma não chegue às pessoas afetadas; dizer que cada vez acredito menos na eficiência da ONU, como se tem visto nesta situação em que os capacetes azuis não conseguem garantir a distribuição da ajuda em condições de segurança; salva-se a resposta massiva do mundo todo, ou quase, em solidariedade com o povo do Haiti. 

Desde o dia do terramoto, também eu deambulo pelas ruas de Port-au-Prince, dando a mão aos meninos que ninguém veio buscar, órfãos de tantas e tantas tragédias. Meninos ausentes, perdidos, que já não choram, que já não pedem... Meninos com direitos, meninos de toda a gente. Meninos meus. Um dia, quando for possível, inventarei histórias bonitas para vos contar! E sei que vão querer ouvi-las.

(Publicado em 19/01/2010)

terça-feira, 10 de agosto de 2021

A crise do clima

 Saiu ontem o Relatório da ONU sobre o clima e as notícias não podem ser mais desanimadoras. Já o sabíamos, porque as consequências da crise climática são visíveis por todo o lado: as cheias na Alemanha e na Bélgica, os fogos na Turquia, Grécia, Califórnia…, fenómenos extremos devidos ao aquecimento global.

As metas definidas, no Acordo de Paris, de 2015, já não se adequam, a realidade ultrapassa todas as previsões. Temos de levar a sério a urgência do clima, exigir informação científica rigorosa, como a deste Relatório, ação concertada dos que governam o mundo e também de cada um de nós.

Não podemos continuar a viver com estes níveis de consumo, poluição, destruição… e quase tudo em menos de um século.

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Zeca Afonso

 Ontem, celebrou-se mais um aniversário do nascimento de José Afonso (1929 - 1987). Assisti a um documentário na televisão (que já vi outras vezes), e pude de novo perceber a força daquela consciência. Zeca é um caminho, uma luz, um acreditar em sociedades justas, mesmo que todos os sonhos de justiça esbarrem com a dura realidade

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Por que quebram os atletas olímpicos?

 Simone Biles, a ginasta norte americana, de 24 anos, cinco vezes medalhada (quatro medalhas de ouro e uma de bronze), nos últimos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, está vulnerável, frágil, doente, diria eu. Desistiu na final por equipas, desistiu numa final individual e foi dito que continuará com avaliações diárias, no que respeita à sua saúde mental, a ver se, numa ou outra prova, ela poderá competir. Parece-me demasiado.

Sempre existiu pressão, ansiedade, depressão, sofrimento, pelas altas expectativas, dos próprios, dos treinadores, de organismos e comités nacionais…; sempre houve quem não aguentasse, conhecem-se os nomes de outros atletas que ficaram doentes.

Mas, agora, o problema tomou uma dimensão global. Alguma coisa precisa ser revista na competição, nesta permanente superação do atleta, para chegar ao pódio e ganhar uma medalha. O pior é que entre a euforia da vitória e as lágrimas da derrota, vão segundos, centímetros…, não é necessário, nem razoável, está ideia de mais e mais, que em rigor não significa nada e atormenta a capacidade física e emocional dos atletas. A perfeição a que aspiram não existe.

 

 

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Estamos assim...

 Sucedem-se as manifestações contra ditadores, corruptos, analfabetos políticos, leis injustas, instituições muito aquém do que esperamos delas..., mostrando, à evidência, que, apesar do caminho percorrido, a igualdade e o reconhecimento recíproco, entre todos os seres humanos, estão longe de acontecer.

Continuamos a olharmo-nos, mas sem nos reconhecermos, mesmo que nos cruzemos, diariamente, e quase nos toquemos nas ruas, nos transportes públicos, nos centros comerciais….
Já devia ter chegado o dia, dada a realidade das sociedades atuais, em que a diversidade fosse um valor "universal".





sexta-feira, 23 de julho de 2021

Direitos humanos

 São os direitos que as pessoas têm, por serem seres humanos, independentemente da sua cidadania, nacionalidade, raça, etnia, língua, sexo, orientação sexual ou capacidades; os direitos humanos tornam-se exequíveis quando são codificados, como convenções, pactos ou tratados ou quando são reconhecidos como Lei Consuetudinária  Internacional. 

domingo, 18 de julho de 2021

18 de Julho – o dia de Nelson Mandela

 

Nelson Mandela foi (continua a ser) uma personalidade de enorme importância para os direitos humanos, por isso as Nações Unidas criaram um dia de celebração, em seu nome: o dia do seu nascimento, 18 de julho de 1918.

Lutou, desde novo, contra a opressão e a segregação branca na África do Sul. A partir dos anos 40, através do movimento político: Congresso Nacional Africano (CNA,) que queria, por meios pacíficos, acabar com o apartheid, reivindicando direitos para os negros. Não foi possível, aumentou a repressão policial e as prisões, contra os membros do CNA que foi ilegalizado.

O apartheid, é a segregação do regime político branco, apoiado em leis; uma opressão racial institucionalizada, como se os negros fossem pessoas de segunda classe, obrigados a viver em guetos e sem qualquer tipo de condições de vida. Em espaço público, só podiam movimentar-se com uma credencial, que dizia de e para onde podiam ir ou estar.

Em 1961, o CNA cria um grupo armado e aumenta a repressão branca. Em 1964, Mandela é preso e condenado a prisão perpétua, passa 27 anos nas ilhas Robben. É libertado a 11 de fevereiro de 1990.

Em 1993, ganha o prémio Nobel da Paz Em 1994, torna-se o primeiro presidente negro da África do Sul, com a ideia precisa de lutar pela dignidade de todos, de unir brancos e negros; está um mandato, não concorre a novas eleições, que ganharia de forma esmagadora; cria uma fundação, abraçando causas sociais e políticas, como sempre fez. Morre a 5 de dezembro 2013.

Mandela é um símbolo, uma luz, um caminho para os direitos humanos!