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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

"O que será dos meus filhos", o filme

Emociono-me com frequência – sobretudo, com aspectos que têm a ver com a identidade profunda das pessoas, com sentimentos que não conseguimos explicar – mas não sou de chorar.  Nesse filme, contrariamente ao habitual, recordo ter chorado do princípio ao fim.
É um drama humano, no limite do suportável: uma mãe doente, cancerosa, muito religiosa (de resto, a paróquia é um apoio), que sabe que vai morrer muito proximamente e que procura um futuro para os filhos, que vê possível, entregando-os a famílias com possibilidades. Entrega um, dois, três, quatro…, mas há uma criança (ou talvez mais) deficiente que não é adoptada e acaba numa instituição.
Deixa com a filha mais velha as direcções de todos os irmãos, na esperança de que não se percam uns dos outros.  
Já na fase terminal, resiste a tomar uma certa medicação que lhe alivia as dores mas a torna inconsciente, alheada, incapaz de continuar a lutar pelos filhos.
Não recordo a figura nem o papel do marido, estaria ausente do filme, seria a senhora viúva?
Não sei, vi-o há muitos anos, e se o recordo hoje, é porque acabo de me cruzar com uma heroína semelhante à do filme, também em fase terminal, e que literalmente me reproduziu a frase: “o que será dos meus filhos”. Fico sem articular palavra, parece-me ouvir um coro de mães: “o que será dos meus filhos”. Haverá lá dor maior!

sábado, 21 de julho de 2012

Perda de direitos sociais

Há por todo o lado manifestações, depois de mais de trinta anos de avanço no estado de bem estar a Europa , sobretudo os países do sul, dá-se conta de que nada estava verdadeiramente adquirido, sustentado. Aí está a crise, os cortes, a austeridade, a desesperança, que é o pior de tudo, porque não se vê um fim à vista.  Ao contrário, a instabilidade é tanta que tudo parece um baralho de cartas prestes a desmoronar.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O regime de Damasco

É tal a forma como os ditadores vivem blindados que, a não ser que sejam traídos pelos seus, dificilmente caem. Bashar Al - Asad viu, ontem, cairem o ministro da defesa, um vicepresidente e outros altos quadros, num atentado suicida perpretado por alguém próximo.  Agora, já não há saída senão a violência generalizada, até à queda e fuga, senão for apanhado.  São tão míopes, estes senhores!

terça-feira, 10 de julho de 2012

Morsi, o novo presidente egípcio

Como já tinha acontecido na Tunísia, uma organização/partido islâmica ganha o poder  em eleições  que contaram com observadores internacionais. 
Pergunto-me: como pode o povo, que tanto sofreu e lutou para pôr fim a a trinta anos de ditadura militar, votar e optar por um fundamentalista religioso.
É certo que Morsi saiu da organização da Irmandade Muçulmana, que diz ser presidente de todos os egípcios e respeitar a constituição, os acordos internacionais e os direitos humanos. Alguns vêem-no como um moderado. Não sei, desconfio sempre quando a religião se imiscui ou confunde com a política.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A Alegoria da Caverna , recordada aos politicos

Apetece fazer uma versão anotada deste texto de Platão (Livro VI da Republica) e enviá-la a quem manda na educação, para ver se percebem o essencial. Se percebem que o saber é, sobretudo, o que descobrimos, o que pensamos e o que construímos com os outros (o construtivismo contemporâneo é devedor de séculos de escola e de relação educativa) e que, para tal, é preciso condições a diferentes níveis.
Dentro da caverna, os indivíduos, habituados a ver as sombras reflectidas na parede, tomam-nas pela realidade, aliás, para eles, são a realidade; quando saem para a luz e finalmente vêem os objectos reais, julgam que são mentira e que a verdade está nas sombras. Este caminhar da ignorância para o conhecimento corresponde ao projecto educativo de todo o ser humano e de todas as sociedades. Leva tempo, tem custos.
Não vou continuar a história…, até porque as sombras não são as mesmas, mas a saída é a mesma, só o conhecimento, a discussão crítica e a justiça (que eu coloco em vez do Bem) podem iluminar o caminho sobre a educação que temos e queremos ter.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

somos habitantes de relações e de mundos

A relação do ser humano com a vida é sempre de “morada”, de sentir-se em casa, familiarizado, confortável…
É por isso que criamos sentidos, através da ciência, da técnica, da economia, da política, da religião... As pessoas inovam, imaginam, inventam, constroem, reconstroem, projectam, fazem.  Constroem culturas.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Conferência: Rio + 20

Patrocinada pela ONU decorre, de 20 a 22 de Junho a conferência sobre o ambiente e o desenvolvimento sustentável.  Não há hoje nenhuma dúvida de que esta é uma questão séria:  ou conseguimos um desenvolvimento que proteja e potencie os recuros naturais ou a vida (incluída a humana) fica comprometida. Não podemos em nome de indíces de desenvolvimento que todos queremos, obviamente, hipotecar o futuro. Penso que era Lévinas que dizia que somos devedores do futuro, emprestaram-nos a terra com os todos os seus recursos para aqui viver, mas temos uma dívida para com as gerações futuras,  temos de  a manter viva e equilibrada.