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sábado, 17 de dezembro de 2011

Pensar, filosofar...

Diz-me a jovem com quem converso: "isso da filosofia, é muito difícil".  Querida jovem,  nem tanto. Se formos curiosos, reflexivos e críticos, todos podemos, de algum modo, ser filósofos, ou melhor, ter uma atitude filosófica. Mas, ainda assim, a filosofia é mais do que uma atitude, é mais do que um caminho, é também uma disciplina, uma área de conhecimento ou de interrogações, que faz sentido, hoje, como fazia antes e fará futuramente, aí estão as grandes questões, sem respostas definitivas, aí estão os temas de sempre e outros que o desenvolvimento humano coloca e colocará. Procurar um sentido, avançar no conhecimento é uma necessidade, se não me falha a memória, a  Metafísica Aristóteles começa "todas as pessoas desejam naturalmente saber",  é o humano em nós. Em ti, em mim, em todos.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Dia Mundial dos Direitos Humanos, o desemprego

Fixo a fila de desempregados, junto a um centro de emprego. Quem são estas pessoas? Que necessidades, lutas e sonhos, estão por detrás de cada um destes rostos? Não sei, mas podemos adivinhar que, nalguns dos casos, há muito que se ultrapassaram todos os limites.
Sempre escrevo sobre pessoas, mas por respeito, por impossibilidade de expor sentimentos, emoções e vidas que não me pertencem, não as nomeio. Não as nomeio, porque falo de mágoas, tristezas, risos e alegrias que são de outros, embora, se pensarmos bem, sejam de todos nós, de todos os seres humanos, de aqui e de lá. Somos mais parecidos do que julgamos, ainda que, muitas vezes, nos embrenhemos apenas no que nos distingue. É uma desculpa para fechar portas.
Hoje, dia mundial dos direitos humanos, celebramos, mas, ao mesmo tempo, não podemos esquecer que há direitos negados, ignorados e restringidos, mesmo em sociedades como a nossa. Olho de novo a fila. Aumentou. Já não são dezenas, são milhares, milhões, na Europa e no mundo. O desemprego é um problema grave de direitos humanos, porque o direito ao trabalho é, ao limite, o direito à auto-estima e à dignidade humana, algo fundamental, portanto.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Tropa de elite, o filme

Todo o filme é perturbador. Tem um dramatismo e uma intensidade tais que, durante o mesmo, quase não conseguimos pensar. Tudo se mistura: traficantes, consumidores, pessoal da Ong - uns altruístas, outros que trabalham aí apenas para poderem ter acesso mais fácil à droga, tornando-se traficantes eles próprios – pessoas que sobem e descem, policias corruptos, polícias sérios, os que não entendem o sistema, os que querem mudá-lo..., um quotidiano policial que, no caso da tropa de elite, encarregue de fazer a segurança do Papa,  em 1997,  é demasiado perigosa.
Como sempre, são os sentimentos a fazer as grandes histórias – o protagonista, o capitão Nascimento, comandante daquela patrulha – não resiste ao pedido da mulher que lhe entra na esquadra e pede: “Quando posso enterrar o meu filho?” “Não matámos o seu filho”. O filho tinha sido morto a mando de Baiano, o comandante dos traficantes, por ter quebrado alguma das regras, sabe-se bem como estes sujeitos são implacáveis. Tem de encontrar aquele jovem, para que a mãe o possa enterrar. Sobe a favela com outros policiais, percorre becos, interroga, tortura mesmo, de forma pouco ortodoxa, outros rapazes na intenção de o encontrar. 
Assistimos à sua desorganização mental, às consultas de psiquiatria, aos comprimidos, à violência continuada, ao subir e descer constante, à família que fica para trás, não se está quando a mulher faz a primeira ecografia, não se está quando nasce o filho. Não se pode estar, simplesmente. Maldita vida, tem que sair da policia, quer sair. Não aguenta mais, mas não pode deixar a patrulha sem comando, inicia um curso, tem de deixar alguém a siubstitui-lo, treina um grupo de homens de onde sairá o chefe da BOPE,  E saiu,  Neto,  um policial incorruptível, que é morto as ordens de Baiano.  Mais uma vez os sentimentos, o capitão Nascimento não sairá sem que Baiano seja capturado e morto; é então quando Matias, amigo de infância de Neto,  toma o comando, por impossibilidade de dizer não. Ficamos com a certeza de que ficou bem entregue, mas atormenta-nos a ideia de que continuarão os tiros, as mortes e tudo o mais, pois, por mais eficiente que seja a repressão, ela nunca dá as respostas desejadas.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Queimadas com ácido, mulheres paquistanesas

No Paquistão rural, onde as “questões de honra” são mais marcadas, mulheres são regadas e queimadas com ácido, pelos maridos, pais, irmãos mais velhos ou prometidos (o casamento por amor é uma miragem) por ousarem dizer não. São mulheres, algumas ainda crianças, que vivem num círculo fechado e em circunstâncias de total submissão. Desfiguradas, feridas, sem discurso, sem direitos, escondem-se para fugir de mais humilhações. Mas, ninguém foge de si próprio, mesmo que encerre todas as portas e feche todas as janelas, até, porque um dia alguém vem bater-lhes à porta. Há sempre redenção, aí, está o trabalho da ONG “Volver a Sonreir” e de outras ONG’S que lutam diariamente para devolver a dignidade a estas mulheres que um dia se viram no fundo do poço.

sábado, 26 de novembro de 2011

Médicos do Mundo

Os Médicos do Mundo fazem trinta anos de trabalho humanitário, mas não vão comemorar a data. Dizem que, hoje, infelizmente, a sua actividade está mais dificultada que há decadas atrás e, nalguns casos, mesmo  ameaçada, como acontece na Somália, no Sudão…, onde as condições de segurança se têm vindo a degradar, com raptos, etc. São cooperantes que, em nome de princípios, não querem escolta, entendem-na como  algo contranatura, naquilo que é o seu desígnio mais fundamental, a ajuda aos que precisam cuidados médicos e a sofrem a maior miséria e dificuldade, estejam em que lado estiverem do conflito. Pagam caro esta posição, agora mesmo há cooperantes em mãos de raptores.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Violência doméstica

hoje assinala-se o dia mundial contra  a violência doméstica. em Portugal morreram, este ano 23 mulheres. Demasiado, uma seria já demasiado. Aumentaram as denuncias os pedidos de ajuda, pensa-se  que a crise social em que estamos mergulhados não ajuda ao problema, antes, o agrava. É uma violação tão  grave dos direitos humanos|
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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Síria, continua a repressão

Continua a repressão sobre o povo e os opositores ao regime, apesar da posição da Liga Árabe e dos compromissos de abertura. Confirma-se a impossibilidade das ditaduras se reformarem, se abrirem. De que têm medo os ditadores? Do povo? Da sua consciência? Da incapacidade de olhar a realidade e de lidar com ela? Os ditadores são cobardes, reprimem até a última, prendem, matam, e, quando já não há alternativa, fogem (até o ditador líbio, que jurou ficar, se preparava para fugir quando foi morto). Sempre fogem, Bashar al-Assad fugirá, também. Quando e a que preço é sempre a questão.