Conhecia a história, já tinha visto o filme,
mas ontem voltei a vê-lo e o impacto foi o mesmo. Talvez tenha passado, por se
discutirem por estes dias em Nova Iorque, na ONU, os direitos das mulheres.
Waris Dirie – modelo somali - falou
abertamente na mutilação genital feminina de que tinha sido vítima aos 3 anos, primeiro
numa entrevista a uma revista de moda, com divulgação mundial, depois nas Nações
Unidas. Contou como era feita, por quê, como duas das suas irmãs não
resistiram; contou o que significa, cultural, social, mas, sobretudo,
pessoalmente. As imagens são de um grande realismo, a cena da mutilação é
pungente (ainda oiço os gritos da menina), fechei os olhos, não aguentei. Fico
sem palavras, sem saber o que pensar é que não há qualquer justificação, para
tamanha humilhação, para tamanha desumanidade.
Agora, a ex-modelo, é embaixadora da ONU para
os direitos das mulheres, tem uma fundação onde luta diariamente contra esta
prática absolutamente inaceitável, que muitos países condenam mas que a cultura
e o fechamento social destas comunidades continuam a permitir.
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