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quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Um ideal de vida boa, todos temos ou não?

Julgo que sim e isso é cultural. Na verdade, quando olhamos uma pessoa, por mais estranha e desconhecida que seja, em qualquer lugar da cidade ou do mundo, não vemos, à partida, um potencial agressor, mas, antes, uma pessoa com quem podemos estabelecer comunicação. Pensamos tratar-se de alguém com autonomia, significados de vida boa e valores morais e, por isso, se esboçamos um sorriso, dirigimos uma palavra ou um cumprimento, esperamos receber o mesmo e não que essa pessoa nos vire as costas ou atire pedras. 

terça-feira, 18 de outubro de 2016

O valor das culturas

A perspetiva multicultural assenta a sua argumentação no raciocino: aquilo que os indivíduos são (a sua identidade) é essencialmente cultural. Portanto, pensamos, vemos o mundo, vivemos, a partir de uma cultura. Nenhuma questão se colocaria, se as sociedades não fossem, e cada vez mais, multiculturais. Uma vez que o são, e as especificidades culturais são identitárias, não se pode ignorar o valor das culturas.    

sábado, 15 de outubro de 2016

Bob Dylan, Prémio Nobel da Literatura

Não o conheço bem, mas dizem que foi (é) um autor de causas, que escreveu sobre a paz, os direitos humanos, a justiça, a dignidade humana...; que escreveu letras de canções que são poemas de grande valor literário.
Por tudo isto, que colocou ao serviço, durante décadas, da consciência do mundo, merece o Prémio Nobel da Literatura. 

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Sabedoria, um provérbio

Disse-me, com olhar sério, como se soubesse bem do que falava:
- O diabo é tão cego que se mete na igreja.

(Claro, pode lá haver sítio pior, para o diabo se esconder). Percebi tudo o que me queria dizer. Já abri os olhos.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Haiti, a natureza não dá tréguas

Penso que os demónios se uniram para conspirar contra este povo. Em 2010, foi aquele violento terramoto que levou muitos milhares de pessoas e destruiu praticamente tudo. Agora, o furacão que deixou também um enorme rasto de destruição. Espero que as Nações Unidas cheguem com a ajuda necessária para que aqueles que já começaram a sofrer (e alguns a morrer) de cólera e outras doenças possam salvar as suas vidas.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Palmas para António Guterres

Também eu aclamo Guterres. Fiquei feliz, porque acredito nele, sei que por mais interesses, entraves, linhas tortas, ele tem um caminho e não se vai desviar  dele. Espero que possa fazer reformas, impor ideias, tornar aquela organização capaz de responder atempadamente às crises, às emergências, aos desafios.

sábado, 24 de setembro de 2016

Um poema para a gente anónima que não ficou na história

Poema

Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas?
Nos livros lêem-se os nomes dos reis.
Mas terão os próprios reis carregado com as pedras?
E Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem a reconstruiu continuamente?
Em que casas de Lima, a doirada, moravam os operários?
E na noite em que se acabou a muralha da China,
Para onde voltaram os pedreiros?
Roma, a grande, está cheia de arcos de triunfo,
Por quem foram erguidos?
De quem triunfaram os Césares?
E Bizâncio, a tão cantada, só tinha palácios
para os seus habitantes?
Mesmo na lendária Atlântida, na noite em que foi tragada pelo mar, os senhores, a afogarem-se, gritavam ainda pelos escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias.
Sózinho?
César derrutou os gauleses.
Não teria com ele pelo menos um cozinheiro?
Filipe de Espanha chorou quando a sua armada foi ao fundo.
Então ninguém mais chora?
Frederico II foi vencedor da guerra dos Sete Anos.
Quem mais venceu?
Em cada página uma vitória. Quem fez os banquetes festivos?
Um homem célebre de dez em dez anos.
Quem pagou as despesas?
Tantas histórias,
Tantas perguntas.


(Bertolt Brecht)