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sábado, 1 de janeiro de 2011
Ano Novo
"Ano novo, vida nova", é uma frase comum, mas não gasta. A importância do novo, do não dito, do não vivido, do não percepcionado, é decisivo na vida de todos. A novidade convoca a nossa capacidade de nos deixarmos surpreender, maravilhar; a capacidade de escutar, abrir a alma, deixando cair máscaras e teias que nos enredam e nos perturbam demasiado.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Lévinas
Quero aqui falar do autor que mais li durante este ano, como vem sendo habitual já há algum tempo: Emmanuel Lévinas. Descobrir Lévinas tornou-me outra pessoa, há coisas que só percebi a partir de Lévinas. Há um sentido profundo a que Lévinas nos conduz que para mim tem sido essencial. Tenho muitos livros dele, mas volto sempre a “Totalidade e Infinito”, a ideia de infinito e o modo como o conceptualiza é decisivo para perceber a sua filosofia.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Direitos humanos, a urgência de sempre
Acaba o ano de 2010, tempo de balanço e novos propósitos. Desejo que o próximo ano traga avanços significativos no campo dos direitos humanos, maior consciência sobre as questões globais, mas também sobre as questões do país, da rua, da casa onde trabalhamos ou vivemos: o desemprego, a fome, o abandono de crianças e idosos, a violência doméstica, a violência nas escolas, etc. Os direitos humanos são um desígnio de todos nós, de todas as sociedades e povos do mundo, independentemente de crenças, culturas e tudo o mais.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Pessoas que contam
Conheci uma jovem, Irmã Franciscana, que estava em Maputo a acompanhar uma doente. É colombiana e vive há dois anos em Tete, bem no interior de Moçambique, quase na fronteira com o Malawi, a dar apoio escolar a crianças da missão e a trabalhar num projecto de aleitamento de bébes com graves carências alimentares, no geral orfãos. Quando me disse dois anos, comentei: “Há muito tempo”. “Não, dois anos é pouco tempo”, responde-me.
Percebi logo que as nossas noções de tempo, de vida e de ritmo não são as mesmas. Nem podem ser. São vidas e experiências muito diferentes, porventura, com entendimentos, prioridades, desejos e objectivos também muito distintos, ainda assim, nos contactos, passeios e conversas que tivemos foi possível encontrar muitos pontos em comum. Neste mundo de interesses, gritos e balbúrdia, cada um tem de decidir, a cada momento, se abre a porta e dá abrigo ou, ao invés, se a fecha e se instala. Ela abriu-me a porta. E eu entrei. Espero um dia reencontrá-la, em Lisboa ou noutro qualquer lugar. Vai ser possível, tenho a certeza. Sei que está definitivamente na minha vida.
Percebi logo que as nossas noções de tempo, de vida e de ritmo não são as mesmas. Nem podem ser. São vidas e experiências muito diferentes, porventura, com entendimentos, prioridades, desejos e objectivos também muito distintos, ainda assim, nos contactos, passeios e conversas que tivemos foi possível encontrar muitos pontos em comum. Neste mundo de interesses, gritos e balbúrdia, cada um tem de decidir, a cada momento, se abre a porta e dá abrigo ou, ao invés, se a fecha e se instala. Ela abriu-me a porta. E eu entrei. Espero um dia reencontrá-la, em Lisboa ou noutro qualquer lugar. Vai ser possível, tenho a certeza. Sei que está definitivamente na minha vida.
Direitos e deveres
Temos de falar necessariamente de direitos e deveres, mas em meu entender a tónica dever ser colocada na educação para os direitos, porque os deveres não implicam obrigatoriamente a existência de direitos, enquanto que os direitos implicam obrigatoriamente deveres. Assim, educar para os direitos é também educar para os deveres.
O dever é da ordem da obrigação individual, mesmo que ninguém cumpra, se tenho um dever, devo cumpri-lo, aliás, os outros esperam que assim aconteça. De algum modo, a educação para os deveres dilui a esfera da autonomia pessoal, sob o peso das expectativas dos outros, sejam pessoas, grupos ou instituições.
O direito é da ordem da obrigação interpessoal e social, tem de ser necessariamente garantido por parte dos outros, sejam pessoas, grupos ou instituições, os que têm a obrigação de o tornar efectivo.
O dever é da ordem da obrigação individual, mesmo que ninguém cumpra, se tenho um dever, devo cumpri-lo, aliás, os outros esperam que assim aconteça. De algum modo, a educação para os deveres dilui a esfera da autonomia pessoal, sob o peso das expectativas dos outros, sejam pessoas, grupos ou instituições.
O direito é da ordem da obrigação interpessoal e social, tem de ser necessariamente garantido por parte dos outros, sejam pessoas, grupos ou instituições, os que têm a obrigação de o tornar efectivo.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Violência: natureza ou condição do humano?
A célebre frase de Rousseau: “o homem nasce livre mas por
todo o lado o homem está a ferros”, que não perde infelizmente actualidade, conduz-nos à reflexão de que a maldade não é da natureza mas do viver humano.É a velha teoria de que o homem nasce bom... Contudo, a maldade faz parte de nós, ronda-nos, por dentro e por fora. Não somos bons, apenas. Se não fosse assim, como explicar a violência, os conflitos e a guerra, que não param, como se fosse destino do humano a contínua luta pela liberdade, pela justiça, pela tolerância e pela paz.
todo o lado o homem está a ferros”, que não perde infelizmente actualidade, conduz-nos à reflexão de que a maldade não é da natureza mas do viver humano.É a velha teoria de que o homem nasce bom... Contudo, a maldade faz parte de nós, ronda-nos, por dentro e por fora. Não somos bons, apenas. Se não fosse assim, como explicar a violência, os conflitos e a guerra, que não param, como se fosse destino do humano a contínua luta pela liberdade, pela justiça, pela tolerância e pela paz.
domingo, 19 de dezembro de 2010
O poder, na Costa do Marfim
Difícil é a democracia, difícil é o respeito pela vontade do povo, expresso em eleições, por parte do actual chefe do poder e seus acólitos. Mas não há outra saída, quem perdeu deve ir para a oposição e continuar o seu trabalho político, aprendendo a viver com regras e instituições democráticas. Por que é que isto é tão difícil em África e noutros lados? O que vai na cabeça daqueles que aceitam o jogo democrático e depois não querem sair de cena? São Interesses? Claro que são interesses, para não dizer outra coisa, mas a comunidade internacional tem de ser intransigente, sob pena de deitarmos por terra a ténue esperança de um desenvolvimento justo destes países, de que a Costa do Marfim é mais um triste exemplo. O Secretário Geral da ONU já o afirmou com clareza, não podemos brincar às democracias.
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