Estamos cada vez mais ligados. A
quê? A quem? De que modo? Andar ligado é comum, todos estão ligados a alguém,
mesmo os mais desligados têm um telemóvel no bolso, para no caso de ser preciso.
Observo a senhora que fala ao telefone
com a filha, ao mesmo tempo que fala com a empregada da charcutaria que a
atende; fala de coisas aparentemente sérias, de assuntos familiares, enquanto pede "quero 200 g de queijo, 150 g de fiambre", mais isto e mais aquilo.
Parece um mundo de
esquizofrénicos. Por todo o lado, há conversas em tom audível, tudo parece
possível, uns jogam, outros consultam a internet, outros ouvem música, outros
enviam mensagens... Todos ligados: idosos, adultos, jovens, menos jovens, crianças, muitas crianças...; estar ligado, passou a ser uma necessidade, uma
dependência. Mas por quê ? O mundo foge? Tudo é absolutamente urgente?
Vou-me calar, pois, pode acontecer que qualquer dia seja eu de telemóvel na mão a atender alguém que me telefona enquanto peço produtos na charcutaria.
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