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terça-feira, 16 de julho de 2013

Ausência (ou não)

Já não é a primeira vez que me cruzo com ela,. Vem do cemitério de visitar a campa do filho, que ali está há mais de vinte anos. Apesar disso, podia-se falar de toda a dor do mundo, olhando os seus olhos. Mas não vou falar disso, guardo, como ela, silêncio. 

Como se pode escrever sobre ausências? Às vezes, não se pode. Mas há ausências diferentes, que não doem tanto, como a tão celebrada saudade portuguesa, uma palavra que tudo encerra, sentimentos de perda, misturados com momentos de nostalgia boa, que alivia, que ajuda a viver, a estar, a continuar…, criando proximidade, mesmo que distante, e dando-nos essa pontinha de identidade de que precisamos esteja na mais recôndita aldeia beirã, algarvia, transmontana ou na rua ou bairro da mais movimentada cidade.


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