Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A bala assassina, destruam as armas

A mãe pássaro está aflita e chora desde a hora que o filho mais novo saiu de casa. Pediu-lhe muitas vezes para não sair sozinho para muito longe, porque não tinha prática de voo, porque não sabia bem como evitar o perigo e fugir das armadilhas. Mas ele, um pouco rebelde e convencido que sabia tudo – sim, que às vezes os jovens pensam que sabem tudo – não ouviu a mãe e partiu.
Hoje, chegou ao bando a notícia da sua morte. Quem terá coragem de dizer à mãe-pássaro que o seu filho morreu?
Morreu com um tiro certeiro que alguém lhe atirou. O chumbo mata e o homem que usou a carabina sabia disso. Não é inocente, comprou e aprendeu a usar essa arma que mata. Já matou e pode continuar a matar. O passarinho morreu por nada e para nada. Não morreu contra um rochedo quando treinava o voo, não morreu numa missão da sua vida de todos os dias como seja a procurar alimentos. Morreu porque o homem que o matou sente prazer em aperfeiçoar a destreza do tiro e contemplar o espectáculo da morte.
Eu sei que este homem não compreende, nem nunca poderá compreender, as lágrimas da mãe-pássaro. Hoje, essa arma matou o pássaro e mesmo que o homem amanhã a venda continuará a matar, sabe-se lá onde, sabe-se lá o quê. O perigo é ela existir.

Sem comentários: