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domingo, 29 de novembro de 2009

Emigração, sempre (1)

Nenhuma experiência é mais real, mais continuada e mais presente, na minha infância, na minha adolescência e até na minha vida adulta, do que a da emigração. - "Foram para a França"; - "Estão na França"; "Escreveram da França"; "Vieram da França"; "Casou na França"; "Morreu na França"; … Cresci a ouvir isto. Envelheço a ouvir isto.
Mais de cinquenta anos de emigração, a 1ª geração quase morta, a 2ª a entrar na reforma, a terceira e a quarta gerações cada vez mais integradas no país onde nasceram, cresceram e se tornaram adultos, numa separação permanente de que só os primeiros sentem mágoa. Todos os outros se foram progressivamente afastando, sem nostalgia, duma terra e de um povo dos quais já não guardam grandes recordações. O sentimento de ser emigrante diluiu-se ou não existe neles e, de certo, que não tardará a acabar por completo. E com isso acabarão os meses de Agosto, as festas e as romarias dos emigrantes. Está prestes a fechar-se um ciclo.

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