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quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

A mulher do semáforo

Era quase noite, já se via muito mal, num cruzamento de Nova Deli, Índia, uma senhora, com um filho ao colo, magra, muito magra, quase esquelética, aproxima-se dos vidros do autocarro e pede esmola. Uma pessoa lá de dentro, abre o vidro da janela e dá-lhe algum dinheiro (bastante até); ela agarra-o, amarrota-o dentro da mão e, em momento algum, olha a senhora que tenta comunicar com ela. Quase desvia o olhar, como se muros invisíveis a separassem dos outros. Ficará ali, à espera de outros turistas, de autocarros que parem, para mais uma vez se dirigir aos vidros, de olhar perdido, pedindo esmola; ou deixará aquele cruzamento e aquele semáforo, quando perceber que a quantia que acaba de receber é suficiente para comprar comida e alimentar os filhos por muitos dias.

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