A reflexão
filosófica não se afasta muito disto. Ricoeur, por exemplo, diz-nos que, no
homem, “… o que é fundamentalmente estimável em si mesmo são duas coisas:
primeiro, a capacidade de escolher por razões, de preferir isto a aquilo, a
capacidade de agir intencionalmente; segundo, a capacidade de introduzir
mudanças no decurso das coisas, de começar qualquer coisa no mundo, a
capacidade de iniciativa”[1].
Somos uma razão e
uma vontade capaz de produzir acções. Nesta medida, somos também um fim em nós
mesmos, projectamos e construímos o nosso viver, sem precisar de donos que
arbitrariamente nos possam utilizar para este ou aquele fim particular. Esta
questão é decisiva, quando se fala de direitos humanos, pois todos sabemos como
ao longo dos séculos (e hoje mesmo) milhões de seres humanos, foram (são) mal
tratados, humilhados e espezinhados, sem verem reconhecido o seu direito a ser
livres, o seu direito a escolher e a decidir o próprio destino.
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