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domingo, 12 de janeiro de 2020

O que significa ser humano, na reflexão filosófica


A reflexão filosófica não se afasta muito disto. Ricoeur, por exemplo, diz-nos que, no homem, “… o que é fundamentalmente estimável em si mesmo são duas coisas: primeiro, a capacidade de escolher por razões, de preferir isto a aquilo, a capacidade de agir intencionalmente; segundo, a capacidade de introduzir mudanças no decurso das coisas, de começar qualquer coisa no mundo, a capacidade de iniciativa”[1].
Somos uma razão e uma vontade capaz de produzir acções. Nesta medida, somos também um fim em nós mesmos, projectamos e construímos o nosso viver, sem precisar de donos que arbitrariamente nos possam utilizar para este ou aquele fim particular. Esta questão é decisiva, quando se fala de direitos humanos, pois todos sabemos como ao longo dos séculos (e hoje mesmo) milhões de seres humanos, foram (são) mal tratados, humilhados e espezinhados, sem verem reconhecido o seu direito a ser livres, o seu direito a escolher e a decidir o próprio destino.



[1] Cf. P. RICOEUR, Soi même comme un autre, p.203.

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