Estive
na Índia, em setembro de 2016; passei a limpo algumas notas, que tinha em
folhas soltas, mas não fui capaz de escrever mais nada. Estava cansada, mas não
era só isso, sentia como que uma impossibilidade interior.
A
Índia baralhou-me um bocadinho; não estava à espera de uma marca
cultural tão presente (como o sistema de castas e subcastas, que eu julgava
ultrapassada e afinal só não existe na lei) e tão impeditiva de um
desenvolvimento que chegue a todos.
A
realidade ultrapassou as minhas piores previsões, desde logo, a pobreza, que
toda a gente refere, a sujidade, inimaginável, o lixo por tratar, as entradas,
as avenidas e as ruas das cidades caóticas, as vacas sagradas, vagueando pelas
autoestradas, nas cidades, no trânsito..., em completo desleixo, não parecerem
ser de ninguém, sujas, maltratadas, magras...Um enigma, para não dizer uma irracionalidade, como tantas outras.
Decididamente, a cultura é para mim a questão mais premente, sem a qual o país não sairá deste impasse, onde tão depressa estamos no primeiro dos primeiros mundos como mergulhamos na mais profunda Idade Média, como se tudo fosse normal. Não é normal.
Decididamente, a cultura é para mim a questão mais premente, sem a qual o país não sairá deste impasse, onde tão depressa estamos no primeiro dos primeiros mundos como mergulhamos na mais profunda Idade Média, como se tudo fosse normal. Não é normal.
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