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sábado, 22 de abril de 2017

Viagem à Índia (1)



Estive na Índia, em setembro de 2016; passei a limpo algumas notas, que tinha em folhas soltas, mas não fui capaz de escrever mais nada. Estava cansada, mas não era só isso, sentia como que uma impossibilidade interior.
A Índia baralhou-me um bocadinho; não estava à espera de uma marca cultural tão presente (como o sistema de castas e subcastas, que eu julgava ultrapassada e afinal só não existe na lei) e tão impeditiva de um desenvolvimento que chegue a todos.
A realidade ultrapassou as minhas piores previsões, desde logo, a pobreza, que toda a gente refere, a sujidade, inimaginável, o lixo por tratar, as entradas, as avenidas e as ruas das cidades caóticas, as vacas sagradas, vagueando pelas autoestradas, nas cidades, no trânsito..., em completo desleixo, não parecerem ser de ninguém, sujas, maltratadas, magras...Um enigma, para não dizer uma irracionalidade, como tantas outras.
Decididamente, a cultura é para mim a questão mais premente, sem a qual o país não sairá deste impasse, onde tão depressa estamos no primeiro dos primeiros mundos como mergulhamos na mais profunda Idade Média, como se tudo fosse normal. Não é normal.



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