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terça-feira, 15 de maio de 2012

Executado, pena de morte

Um enorme corredor, escuro, tétrico, três pessoas, um homem e duas mulheres,  de mais de sessenta anos, caminham em direcção à maca onde está o executado, embrulhado em lençóis mas com a cara descoberta. São, porventura, familiares próximos. Tocam-lhe com as mãos, como se fizessem mimos, despedem-se dele com palavras de ternura, de compaixão. Uma das senhoras (talvez a mãe) diz-lhe: “Sê um bom rapaz, porta-te bem”. O absurdo deste desejo podia ser patético, mas aqui não é. Ao contrário, a imagem é fortíssima.
Irá a enterrar daí a algum tempo. Mais uma vez não estará só, pelo menos os que aqui vieram estarão lá.

(sobre um executado, um jovem ainda, algures no Texas, mas que podia ser em muitos outros lugares do mundo)

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