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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O homem que plantava árvores

Era francês. Tinha chegado ali, àquele vale, no interior de Madagáscar, depois de muito ter andado pelo mundo. Chegou sem intenção de ficar, mas algo o prendeu à terra, às montanhas, às florestas, à natureza quase intacta que apenas a erosão destruía. Chegado aí, pousou a mochila, montou a tenda e misturou-se com o vale e os seus habitantes. É de lá.
Mas como é daí, se está a milhares e milhares de quilómetros de casa? Como é daí, se nada em redor é para si conhecido?
Talvez, não seja; ou talvez, sim.
Pois, como não é daí, se sente com o povo e a paisagem uma identificação profunda!

Há mistérios, nisto da vida, das pessoas e das relações, que ninguém explica. É daí, e chega. Não há mais necessidade de justificações. Aprendeu a língua, os costumes, a magia e o misticismo, a que não se pode fugir, construiu viveiros de várias espécies de árvores, fez educação ambiental nas escolas e com a ajuda de crianças e jovens reflorestou encostas e iniciou florestas. Criou vida sustentável, vida que se perpetuará enquanto houver quem recorde (e siga) o homem que plantava árvores.

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