Quando se tentou pensar, sobre o que se passou nos campos nazis, de como tinha sido possível aquele extermínio, surgiu a noção de banalidade do mal: um mal que ninguém questiona, ninguém denuncia, visto e vivido como algo normal.
Temo
que um dia qualquer, o mal se volte a banalizar, mesmo na Europa. Pois, não pode ser banal um político
britânico ser morto, há pouco mais de uma semana, por um radical islâmico, numa
igreja metodista, quando reunia com os seus eleitores. Não pode ser banal um
jovem de 19 anos ser morto, num ajuste de contas, por outros de gangues rivais, como aconteceu, há
poucos dias, no metro das Laranjeiras, em Lisboa.
Uns,
estão dispostos a tudo por radicalismo religioso; outros, por um vazio de
sentimentos e de referências igualmente perturbador. Todos, como se a vida
humana não tivesse qualquer valor.