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sábado, 18 de abril de 2020

Gandhi, o filme (3)


A cena em que queimam a roupa e tomam a atitude de voltar ao velho tear é bem significativa do que pode acontecer à economia britânica. É o primeiro a fazê-lo, a imagem parece irreal, quase do princípio dos séculos, mas o que importa são as consequências. O mesmo com o sal, deixar de comprar o sal, vendido pelos britânicos, e começar a fabricar o próprio sal.

Mas, nem todos os que o seguem, pensam o mesmo. Há os que entendem que é preciso agir pela força, que a não-violência, a não-cooperação, não leva a lado nenhum. Gandhi entende que não se trata de uma resistência passiva, e tem razão; desgastou de tal modo o poder britânico que, em agosto de 1947, se organizou, em Londres, uma conferência sobre a independência da Índia. 

Gandhi está presente, defende a ideia de uma Índia unida, entre muçulmanos, hindus, judeus, siques, cristãos …; uma Índia de todos, a mesma ideia de comunidade, de ashram, onde todos fossem e se sentissem iguais. Mas, a dimensão da Índia é incomparável à comunidade que fundou na África do Sul, não param as lutas entre os indianos e, quando se dá a transferência do poder, a ideia de uma Índia unida, é já impossível. O Paquistão separa-se. A Índia para os hindus e o Paquistão para os muçulmanos; afinal, o argumento religioso, usado pelos britânicos, estava presente e era determinante.

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